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por José Reis Chaves

 

Feliz no céu com pais e filhos no inferno?


Os teólogos cristãos antigos, medievais e muitos de hoje, ao ensinarem as penas cruéis de Deus, para punirem nossas faltas, erraram, pois elas são incompatíveis com Deus Pai e Mãe de todos nós, o qual tem misericórdia e amor infinitos para com todos nós. E elas, por serem sempiternas ou sem fim, são mais uma agravante que destoa totalmente com relação aos atributos de perfeição infinita de Deus.

Mas eles acabaram usando erradamente o adjetivo ‘eternas’ (indefinidas) como sendo para sempre e que, nesse sentido errado entrou em nossa língua e outras. Erradas, porque elas foram tradução errônea da palavra grega “aionios” que significa tempo indefinido, e não, sem fim. A palavra certa em português para o sentido errado deles seria sempiternas, no grego: “ateleioteos”, em latim “sempiternus” e, em hebraico “ôlam”. E, certamente, esse erro foi por causa das polêmicas dos teólogos sobre esse assunto. Mas como vimos, até valeu esse erro, pois, eterno (“aionios”), repetimos, é tempo indefinido e não sem fim!

Falo isso para os professores de futuros padres, pastores e os que gostam de se aprofundar nesses assuntos de religião como eu. E cabe-nos o dever de levar aos outros a verdade. Mas, para isso, é preciso muita humildade para aceitar que os teólogos do passado e de hoje, respectivamente, cometeram e cometem ainda erros que devem ser corrigidos, para que as Igrejas Cristãs, principalmente a Católica, se tornem vitoriosas na instalação do Reino de Deus em nosso planeta. Errar é humano, só Deus é infalível. Jesus mesmo não sabia tudo. Por exemplo, Ele afirmou que não sabia quando seria o final dos tempos, dizendo que só Deus o sabe (São Mateus, 24:36). E é de conhecimento geral que errar é humano, sendo, pois, normal, e que o anormal e errado mesmo é permanecer no erro!

E perdoe-me o grande São Tomás de Aquino, de quem discordo por ter dito que os salvos nos Céus se alegram ao verem os condenados sofrendo no Inferno. Ora, quem passou pela porta estreita, símbolo da salvação ou libertação, é porque já conseguiu vivenciar de fato o Evangelho do Mestre Maior, praticando realmente o amor a Deus e ao próximo como a si mesmos. Poderiam esses já salvos ou libertos involuírem? Não. E quem sabe se São Tomás foi obrigado a defender tal ideia por outros teólogos oficiais da Cúpula Romana? Ele tinha medo da Inquisição que estava no seu clímax, naquela época (Século 13). E ele era muito observado pelo seu grande talento e influência sobre os teólogos do seu tempo.

Porém, se admitirmos como certa essa ideia de São Tomás de Aquino seguida pelas Igrejas Cristãs e ainda por parte de fiéis da Igreja Católica, temos que admitir também que o amor finito dos pais e mães terrenos é maior do que o infinito de Deus. E isso seria o absurdo dos absurdos!

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita