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por Waldenir A. Cuin

 

Colocar o templo no coração e nas ações


“...Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”
 (Mateus 18:20.)


Ninguém ignora a alegria contagiante que as reuniões nas casas espíritas oferecem aos seus participantes, quando da realização das atividades a que se propõem, sejam elas quais forem.

Oportunidades de abraços, confidências, estímulos, emoções, sentimentos expostos e o natural e tão procurado aprendizado das lições imorredouras do Cristo e daquelas decorrentes dos ensinamentos dos Espíritos, ainda, o exercício de tarefas assistenciais e de promoção humana.

Tudo isso é totalmente compreensível, mas um novo e inesperado momento se descortinou diante dos nossos olhos. Em pouco tempo tudo tomou rumo diferente e as rotinas até então normais e tranquilas sofreram repentina transformação. As casas espíritas, diante da pandemia avassaladora e em obediência às orientações sanitárias, suspenderam suas atividades. A princípio por pouco tempo e depois a constatação de que não seria tão simples assim.

Restaram a dúvida e a incerteza. Nasceu a necessidade da adaptação à nova realidade.

Mas mesmo diante do inusitado não estamos ao desalento, pois que a palavra sábia de Jesus nunca nos abandonou. Disse Ele “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí eu estarei no meio deles”.  (Matheus, 18:20).

O Cristo não disse que seria preciso um local, um horário, um dia determinado, muitas pessoas, nada disso, Ele informou que bastará apenas que dois ou três estejam em seu nome, só isso, e então Ele estará junto. Dispensável, portanto, qualquer formalidade para estar com Jesus, na vivência prática de suas imprescindíveis lições.

Portanto, diante dessa assertiva, por certo será o momento de refletirmos com mais maturidade, entendendo que é hora de, definitivamente, colocarmos os templos em nossos corações, exteriorizando-os através das nossas ações e atitudes, uma vez que, necessariamente, não existe a exigência de estarmos em grande número de pessoas para que realizemos as nossas tarefas e obrigações.

Se os prédios estão fechados isso não significa que os Centros Espíritas também estão, pois que, perfeitamente, podemos carregá-los em nossa intimidade e conduzi-los para dentro das nossas casas.

Ainda diante dos valiosos recursos da internet e das redes sociais podemos fazer estudos, palestras, grupos de vibrações e uma imensa gama de atividades “on-line”. Também é possível realizarmos campanhas com a proposta de socorrer as famílias que, atualmente, estão passando por dificuldades, diante do desemprego e dos problemas econômicos decorrentes da pandemia que nos abateu.

Assim, com adaptações, boa vontade e confiança absoluta na Providência Divina, conseguiremos seguir com nossos ideais de ajudar, mesmo que seja um pouco, a construir um mundo mais fraterno, humano e solidário.

Obviamente, ninguém está desprovido de inteligência e, usando a iniciativa, a criatividade, o idealismo e a determinação, escorados na robusta base do Espiritismo, conseguiremos operar prodígios.

Conforme nos orientou o Cristo, através da parábola dos talentos, observemos, então, os talentos que a Bondade Divina nos presentou e saiamos, decididos, a multiplicá-los, em favor daqueles que mais necessitam na vida, no contexto social em que fomos situados.

Aquilo que era normal, por certo não existirá mais, os tempos são outros. Reflitamos.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita