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por Raymundo Rodrigues Espelho

 

Na erraticidade


“Conhece-te a ti mesmo, e o teu saber iluminará o Universo.” – Sócrates


Contou-nos certo dirigente de um centro espírita que um veterano orador certa feita, em uma de suas costumeiras palestras na casa, fez uma afirmativa não muito de acordo com os ensinamentos da doutrina. Disse ele que os Espíritos têm um prazo fixo para permanecerem na erraticidade.

O confrade dirigente, discordando da afirmativa do orador, foi depois ter uma conversa com o orador, que sempre trouxe suas palestras dentro das bases da Codificação.

E entendeu o que houve. Um fato mais comum do que pensamos. Nosso orador leu tal informação em obra que traz conteúdo em desacordo, traz “novidades” que muitos oradores descuidados não percebem, que muitos conceitos passam longe da lógica da doutrina. Buscando autores duvidosos, muitos conceitos são entendidos de forma errada e acabam criando confusão no entendimento do Espiritismo.

No capítulo 6 de O Livro dos Espíritos, que trata da vida espírita, na questão 223, Kardec pergunta:

- A alma reencarna logo depois de se haver separado do corpo?

- Algumas vezes reencarna imediatamente, porém de ordinário só o faz depois de intervalos mais ou menos longos. Nos mundos superiores, a reencarnação é quase sempre imediata. Sendo aí menos grosseira a matéria corporal, o Espírito, quando encarnado nesses mundos, goza quase de todas as suas faculdades de Espírito, sendo seu estado normal o dos sonâmbulos lúcidos entre vós.

Na questão 224, temos:

- Que é a alma no intervalo das encarnações?

- Espírito errante, que aspira a novo destino que o espera.

a) Quanto podem durar esses intervalos?

- Desde algumas horas até alguns milhares de séculos. Propriamente falando, não há extremo limite estabelecido para o estado de erraticidade, que pode prorrogar-se muitíssimo, mas não é perpétuo. Cedo ou tarde, o Espírito terá que volver a uma existência apropriada.

Concluindo: Precisamos consultar outras fontes, se temos aí Kardec e os Espíritos que o assessoraram com mediana clareza?

Agir diferente disso não é querer inventar?

Não será o caso de querer mostrar uma sapiência que não temos?

 

Raymundo Rodrigues Espelho é autor do livro Retalhos de recordações.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita