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por Eleni Frangatos

 

Pandemia, isolamento, uso da máscara e vacina


A pandemia está trazendo também à superfície a verdade sobre cada um de nós. Estamos sendo “desmascarados”. O menino gritou “o rei está nu”. Ou, como diria o grande Eça de Queiroz: “Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia”. Os véus estão se rasgando e as pessoas ficam expostas, mostrando quem realmente são, criticam ferozmente, julgam com base nos seus preconceitos, sua falta de ética e de moral, sua extrema agressividade, suas tendências para insuflar o medo, a dúvida, o pânico, velhacamente jogando a pedra e escondendo a mão. O seu ego exacerbado os faz vomitar uma lava peçonhenta, viscosa, sobre os outros.

São pessoas alvissareiras, no mau sentido, que chafurdam na lama dos fake news, das distorções propositadas, das meias-verdades como verdades absolutas, sem alicerces sólidos, sem lógica, sem razão, sem análise mais profunda, tirando conclusões apressadas sobre assuntos seriíssimos com base em premissas falsas, apenas no intuito de se sentirem importantes e especialistas em assuntos que nem sequer conhecem.

Contrapõem seus parcos conhecimentos comparando-se a médicos altamente especializados no assunto e que tudo acompanham numa velocidade vertiginosa de mil informações que, a cada minuto, são compiladas em todo o mundo. Resumindo: é mais importante a opinião da pessoa do que a gravidade do assunto. E, pasmem, se permitem aconselhar os outros pelas suas convicções pessoais, em vez de terem a caridade de pensar na confusão mental que estão causando nos outros. É como se conectassem um pendrive no outro e fizessem a transferência de todos seus medos e dúvidas.
Em todo o mundo há milhares de médicos infectologistas ou não, profissionais com anos de prática, estudando intensivamente as mudanças desse vírus e repassando o conhecimento e a informação uns para os outros. São pessoas que abraçaram essa profissão porque a maioria tem em si um vírus especial - e aqui incluo os enfermeiros e todos os profissionais da saúde – o vírus do amor ao próximo, gente que é do bem e que se dedica a salvar vidas, mesmo colocando suas próprias vidas em risco.

O que há de concreto sobre o combate à COVID

É um vírus que ataca as vias respiratórias, agindo rapidamente e, nas suas mutações, com letalidade maior. E quem acredita que água com limão e bicarbonato, por exemplo, ou remédio para vermes ou cloroquina curam e evitam a COVID, deve acreditar também em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, ou então, passa um atestado de ignorância a todos os médicos e especialistas do mundo que ainda não viram que a cura está ali no zé mané das couves que apregoa e acredita que está livre da COVID se gargarejar com cachaça ou se tomar detergente porque o sabão mata o vírus (alguns norte-americanos beberam detergente, sim, o lava louça... Foram parar nas UTIs).

Se o remédio para vermes, por exemplo, fosse eficiente, a verdade é que o mundo todo já o estaria tomando. Por outro lado, há as contraindicações por uso prolongado e contínuo de certos medicamentos que não evitam nem curam a COVID.


Sobre o uso da máscara

Se o vírus se propaga pelas vias respiratórias, o que precisamos fazer? Evitar esse contágio que, na maior parte das vezes, é feito, não só, mas também por propagação da saliva por meio dos tão conhecidos perdigotos que possam nos atingir. Então, a lógica manda: USE A MÁSCARA. Se usar a máscara, não pega a COVID? A máscara diminui a possibilidade de contágio, o que, a meu ver, já é uma grande ajuda. Assim como a higienização constante das mãos também evita e diminui a possibilidade de contágio, porque é através de nossas mãos, que levamos ao rosto, à boca, ao nariz e até aos olhos, que também corremos o risco de contágio.


Sobre o isolamento social e as aglomerações

Agora, vamos à matemática. Se eu ando por todo o lado e, principalmente sem máscara, se não higienizo as mãos, é certo como dois e dois serem quatro que a probabilidade de ser contagiada é bem maior. Quanto mais eu saio, maior é o percentual de possibilidade de contágio. É pura matemática.

Perguntam alguns: “Então, vamos fechar o comércio e impedir que as pessoas trabalhem para o seu ganha-pão?”

Se nós fôssemos cumpridores das regras acima, muito provavelmente não precisaríamos recorrer ao lockdown. Poderíamos ter evitado isso e levar uma vida “normal”, trabalhando, mas usando a máscara e higienizando as mãos com frequência e evitando aglomerações.
Mas não o fizemos! É uma questão cultural. A pessoa sem base em conhecimentos sobre o assunto diz: Eu faço o que quero, ninguém manda em mim. E aí inventam-se vídeos contra estas simples regrinhas que apenas insuflam ainda mais a ignorância e a falta de respeito pela sua própria vida e pela dos outros. E quando isso é ostentado pelos altos dirigentes da nação, fica mais fácil a desculpa do não cumprimento das normas.


Sobre a vacina

Se compararmos o número total de vacinados e o número de pessoas que morreram após tomarem a vacina, já está mais do que provado que, embora as fake news apontem mais de 500 pessoas mortas, o que não é verdade, há um pequeníssimo número de pessoas de idades que oscilam entre os 80 e 99 anos que faleceram após tomar a vacina, mas isso devido a enfermidades pré-existentes, as tão faladas comorbidades e não por causa da vacina em si.
Agora mesmo, tivemos o caso de um artista famoso, George Segal, 87 anos, que morreu recentemente após uma cirurgia de ponte de safena. S
egundo sua esposa, sua morte foi causada por complicações após a cirurgia. Ora, vamos deixar de fazer uma cirurgia porque uma pessoa de idade  morreu? Vamos dizer que a cirurgia de ponte de safena mata? Quantos milhares de pessoas já salvou? E os que morrem por acidentes de carro? Vamos vender nossos carros e deixar de dirigir?

Se a vacina fosse perigosa e letal, veríamos o papa Francisco e os chefes de estado de Israel, Rússia, Inglaterra, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha arriscarem suas vidas? Os próprios médicos e enfermeiros foram os primeiros a serem vacinados.
Muitas pessoas perguntam: se eu for vacinado, não terei a COVID? A verdade é que a vacina não imuniza contra a COVID, mas cria anticorpos graças aos quais, no caso de contágio, os efeitos da doença não são tão perigosos, porque os anticorpos lutarão contra o perigoso invasor, assim como, quando se toma a vacina da gripe, a gripe pode vir, mas tem efeitos mais leves. Aliás, já se chegou à conclusão de que quem tomou a vacina da gripe tem cerca de 24% a menos de chance de pegar a COVID e, se pegar, o corpo reage melhor na sua luta pela sobrevida. São médicos estudiosos e especialistas – que há um ano convivem e lutam contra a COVID – que dizem isso.


O negacionismo e seus efeitos

Outro fato importante e triste: além das tolices emitidas pelos negacionistas, que não imaginam o mal que causam, há, mesmo no meio espírita, pessoas que colocam seus medos pessoais, seus raciocínios sem base científica, para aqueles que a elas recorrem por serem símbolo de alguma coisa em alguma área, praticando com isso um ato de irresponsabilidade. E se tornam mesmo perigosas pela divulgação dos dados incorretos que manipulam para fazerem valer o que dizem, o que é não apenas antiético, mas também criminoso.

Parece que querem aliciar pessoas para o seu pensamento até mesmo para justificar seus próprios medos. E quando essas pessoas se valem, para isso, de sua condição de orador ou médium espírita, o absurdo é ainda maior, porque, como sabemos, a Doutrina Espírita se baseia na lógica, na razão e no livre-arbítrio. Aliás, não devemos esquecer nunca: A Doutrina Espírita e a Ciência andam de mãos dadas.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita