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por Rogério Coelho

 

Psicologia transpessoal com vistas a uma vida feliz

 

Aquele que santifica as horas com o Cristo jamais caminhará ao desamparo


“(...) sigamos, pois, as coisas que contribuem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.” - 
Paulo.  (Ro., 14:19.)

 

Falando sobre as capacidades e limitações da humanidade em absorver as alcandoradas mensagens da Boa Nova, Emmanuel, através da luminosa e abendiçoada mediunidade de Chico Xavier, ensinou[1]“(...) não podemos esperar, por enquanto, que o Evangelho de Jesus obtenha vitória imediata no espírito dos povos. A influência dele é manifesta no mundo, em todas as coletividades; entretanto, em nos referindo às massas humanas, somos compelidos a verificar que toda transformação é vagarosa e difícil.

Não acontece o mesmo, porém, na esfera particular do discípulo.  Cada Espírito possui o seu reino de sentimentos e raciocínios, ações e reações, possibilidades e tendências, pensamentos e criações. Nesse plano, o ensino evangélico pode exteriorizar-se em obras imediatas. Bastará que o aprendiz se afeiçoe ao Mestre”.

Joanna de Ângelis desenha[2] com prodigalidade o perfil desse discípulo mencionado por Emmanuel, quando se refere à vida do Apóstolo dos Gentios: “Paulo, o excelente apóstolo lúcido e nobre, além de invulgarmente inspirado, era um profundo conhecedor da alma humana. Suas epístolas desvelam-no e apresentam-no como um psicólogo portador de conhecimentos que, na atualidade, ainda mantêm seu caráter de terapia preventiva quão curadora para os mais variados males.

Vivendo em uma época de violência e agressividade, na qual predominavam o abuso do poder e o desprestígio da criatura humana, suas palavras, repassadas de sabedoria, são ricas de otimismo, estabelecendo regras para a própria identificação de cada indivíduo, bem como para o seu amadurecimento psicológico, graças aos quais se pode autoliberar.

Austero consigo mesmo e doce ante o dever, não regateava concessões ao erro gerador de desequilíbrio da mente e do corpo, convidando os conversos a uma atitude renovada, com real abandono das paixões e emoções perturbadoras, que são matrizes dos sofrimentos que desarmonizam os homens”.

Podemos pinçar das formosas cartas de Paulo uma enorme quantidade de normativos que devem constituir o “modus vivendi” do verdadeiro discípulo do Cristo. Eis algumas dessas importantes diretrizes de segurança: “por isso, consolai-vos reciprocamente e edificai-vos uns aos outros, como o estais fazendo. Mas vos rogamos, irmãos, que conheçais bem aqueles que trabalham entre vós, sobre vós presidem no Senhor e vos admoestam, e que os prezeis muito em amor por causa do seu trabalho. Tende paz entre vós; nós vos exortamos a que admoesteis os insubordinados, consoleis os desanimados, suporteis os fracos e sejais longânimes para com todos. Vede que ninguém retribua a outrem mal por mal, antes segui sempre o que é proveitoso entre vós e para com todos. Alegrai-vos sempre; orai sem cessar; em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo-Jesus para convosco. Não extingais o Espírito; não desprezeis as profecias, mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom; abstende-vos de toda a forma do mal. O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo, e o vosso Espírito, Alma e corpo sejam conservados completos, irrepreensíveis para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é aquele que vos chama e ele também o é. Irmãos, orai por nós.  Saudai a todos os irmãos com ósculo santo”.

Atentemos, agora, no comentário de Joanna de Ângelis2 acerca dessas diretrizes: “(...) todos estes ensinamentos estão centrados nos mais avançados códigos de saúde mental e de equilíbrio moral. Mediante uma análise correta, chega-se à conclusão de que muitos conceitos hodiernos, em favor do inter-relacionamento pessoal sadio, parecem retirados do texto em referência, como de outros da sua pluma de ouro.

Havendo sido vítima do próprio, como do ódio alheio, compreendeu a excelência do amor e aplicou as técnicas para cultivá-lo no coração. Desprezado, inúmeras vezes, fortaleceu o ânimo na oração e na irrestrita confiança em Deus, que jamais desampara aqueles que O buscam. Médium de invulgares faculdades recomendou respeito ao Espírito e, identificando os elementos que constituem o homem – Espírito, Alma e corpo – ou em termos atuais: Espírito, perispírito e matéria, propôs o equilíbrio moral como recurso terapêutico para a saúde total e a construção do templo eterno, no íntimo, no qual o Senhor Jesus habitará sublimando os sentimentos e as realizações do indivíduo”.

Na obra acima mencionada, finaliza Emmanuel: “(...) Se és discípulo do Senhor, aproveita a oportunidade na construção do bem.  Semeando a paz, colherás harmonia; santificando as horas com o Cristo, jamais conhecerás o desamparo”.


 


[1] - XAVIER, F. Cândido.  Vinha de luz. 19.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. 24.

[2] - FRANCO, Divaldo. Momentos de iluminação. Salvador: LEAL, 1990, cap. 15.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita