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por Marcos Paulo de Oliveira Santos

 

O egoísmo


Na obra “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo XI, intitulado: “Amar o próximo como a si mesmo”, temos o seguinte trecho a respeito do egoísmo: “O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços de família merecerão respeito”. (KARDEC, 2015, p. 161.)

É estupefaciente o que ocorre no bojo da sociedade brasileira.

A pandemia tem desnudado as nossas misérias ético-morais.

As instituições constantemente em conflito, tensionadas, por comportamentos esdrúxulos daqueles que deveriam ser os seus lídimos gestores e que deveriam conduzir e materializar, com segurança, e calcados nas orientações científicas, as diretrizes para se debelar o caos pelo qual passamos.

Observamos, aqui e acolá, pelos mais diversos meios de comunicação, pessoas que se utilizam do “jeitinho brasileiro”, demasiadamente estudado pelas ciências sociais, para furar a fila daqueles que devem receber o imunizante.

Parlamentares, empresários, artistas, que são exemplos para diversas pessoas, aglomeram-se em festas, regadas a toda sorte de excessos, como nada estivesse a acontecer, e deixam clara a mensagem de que “só se vive uma vez” ou de que “essa doença não existe”.

Várias e várias pessoas nas praias, aglomeradas, e, quando questionadas, dizem que “todos vamos morrer”. Esquecem-se de que elas mesmas podem ser vetores de contaminação assintomáticas a ceifar outras vidas. Em um comportamento de egoísmo extremo.

Assistimos a pessoas que se sentem incomodadas ao serem questionadas pela ausência do uso da máscara de proteção e que revidam com violência quem as interpela. Como se elas tivessem o direito de sair a contaminar as demais pessoas.

Observamos jovens aglomerados em festas clandestinas, para satisfazerem os próprios interesses.

A pandemia tem evidenciado também o egoísmo em seu aspecto mais odioso! Não é possível que continuemos a ter comportamentos tão pífios; sem qualquer sentimento de pertencimento; de coletividade; de cuidado com o próximo.

Há que se ter compromissos ético-morais com o próximo, ou seja, pensar menos em si e mais no bem comum! Compreender que a nossa estada na matéria é para aparar arestas; corrigir imperfeições; estreitar laços de afeto; cultivar a prática do bem; enfim, ser uma pessoa cada dia melhor. 

Ou compreendemos e aplicamos os ensinamentos do Mestre Jesus, ou permaneceremos um longo período sufocados por graves problemas no plano físico.

 

Referência:

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 131. ed. Brasília: FEB, 2015.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita