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por Rogério Coelho

 

Aborto


A indefesa vítima do aborto não tem voz para suplicar piedade e misericórdia


“O homem deixa-se sensibilizar pelos fenômenos ecológicos, lutando pela preservação do meio ambiente, das forças vivas e atuantes da Natureza, todavia, ergue-se, obstinado, para destruir a vida humana em formação, que lhe pede oportunidade para vir à luz do Sol.” - 
Amélia Rodrigues[1]


Segundo a nobre Mentora Amélia Rodrigues1“(...) à exceção do aborto terapêutico que objetiva salvar a vida da gestante, facultando-lhe permanecer no ministério do corpo, todos os outros tipos decorrem de arrazoados ególatras e sofistas, que não merecem respeito. Aviltando-se a genitora por meio do delito do aborto, os seus sentimentos descem ao primarismo animal, trazendo de volta a ferocidade primeva que já deveria estar superada”.

Mais dia, menos dia, as crianças abortadas deverão renascer... Uma existência nulificada terá de recomeçar. Daí a resposta dada pelos Espíritos a Kardec[2]“(...) há crime sempre que transgredis a Lei de Deus. U`a mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando. A exceção única dá-se quando o nascimento da criança coloca em risco a vida da mãe. Nesse caso, é preferível sacrificar o ser que estava em formação a sacrificar-se o que já existe”.

Segundo Emmanuel[3], o aborto trata-se de “(...) crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação. Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência antes que possam sorrir para a bênção da luz”.

Atentemos ainda na ponderada argumentação de Amélia Rodrigues na obra acima citada: “(...) sejam quais forem os argumentos, como se te apresentem as justificativas para o crime de interrupção da vida fetal, que alguns homens pretendem legalizar, não te deixes seduzir. A mulher nasceu para ser, por excelência, mãe da própria ou da carne alheia... Não te envergonhes nunca de permitir que a vida se manifeste pelo corpo, na condição de cocriadora que és ao lado de Deus.

As alegações vazadas no egoísmo absurdo que visa transformar o corpo num oásis de delícias, mediante a sexualidade nem sempre dignificada, tornam a mulher objeto contra o que, aliás, ela hoje vem pretendendo lutar.

Enquanto haja mães na Terra, teremos a certeza de que Deus prossegue conosco. Não obstante se argumente quanto ao direito que a mulher tem sobre o seu corpo, a verdade é que aquele que se desenvolve na intimidade intrauterina não lhe é a continuação, sendo antes o resultado da união de outras energias que se conjugam para manifestar a vida e prolongá-la através da sucessão dos anos”.

No mesmo diapasão, Emmanuelconclama: “(...) homens da Terra, e, sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho! Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro. Se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes”.

Complementa Amélia Rodrigues na mesma obra acima citada em epígrafe: “(...) permite que a tua existência, convidada à sublimidade da tarefa maternal, se coroe de estrelas como bênçãos do Céu nas sombras da Terra, enternecendo-te e doando claridades permanentes para a humanidade inteira”.


 

[1] - FRANCO, Divaldo. Terapêutica de Emergência.  5. ed. Salvador: LEAL, 2002, cap. 3.

[2] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 358 e 359.

[3] - XAVIER, F. Cândido. Luz no Lar. 5. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1987, cap. 19.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita