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por Vladimir Polízio

 

Autodesobsessão


Temos aqui uma lição interessante, onde somos colocados na condição de responsáveis por tudo o que nos acontece. Pode, num primeiro momento, parecer estranho uma afirmativa dessa natureza, colocando-nos a responsabilidade quando cedemos às pressões externas sobre nossos pensamentos.

Com plena e total liberdade, a mente humana é um poderoso centro criativo. Pelo pensamento é possível erguer e no mesmo instante fazer desmoronar o que estiver sendo idealizado. Assim sendo, cuidados são necessários para que a mente, na velocidade de suas vibrações, não ceda às influências maléficas de outras mentes aqui encarnadas e nem das que se acham no outro lado da vida, procurando conquistar os que ainda vacilam ou perverter aqueles cujos pensamentos são tendenciosos e voltados aos conflitos de ordem moral...

Mas, somente será exatamente dessa maneira e sem qualquer controle, se você quiser, pois o titular de seus pensamentos é você mesmo, mais ninguém. Enquanto quisermos, enquanto for de nossa vontade, ninguém, nenhuma mente encarnada ou desencarnada terá condições de invadir nossa privacidade mental e impor o seu domínio.

Somos levados a compreender que temos a necessidade imperiosa de manter uma disciplina mental rígida de maneira a não permitir que nossos pensamentos comecem a dar mostras da intenção de extravasar os seus limites de segurança dentro da conduta natural estabelecida a si próprio. Quando a defesa espiritual estiver em nível baixo, a exemplo dos riscos referentes à fraca imunidade física, o acesso de agentes nocivos é franqueado naquela esfera, desencadeando processos que a medicina convencional não cura.

Porém, para que essa segurança seja constante durante a vida, deve-se manter a vigilância de maneira que as pressões de toda espécie não tenham efeito sobre nossa mente, especialmente nos momentos em que a fragilidade emocional se faça presente. Não se esquecer nunca de um fato de fundamental importância: se a mente é o cavalo, você é o cavaleiro e deve estar sempre atento a esses sinais de rebeldia mental, se esforçando até em não permitir que o alimento da desarmonia se instale, buscando o controle por meio de orações, a fim de afastar esse momento irracional. Energias negativas trazem temporadas tristes e inseguras. Enfim, ao sentir-se nessas condições, não espere, procure por um Centro Espírita onde lhe será esclarecido cientificamente o assunto e onde você encontrará o caminho da retomada do necessário equilíbrio. Não é necessária a queda para que esta ensine a ser cauteloso.

André Luiz, respeitável instrutor do Além, enviou a Chico Xavier, através da psicografia, esta mensagem específica que trata de um assunto cotidiano e que leva muita gente ao estado de submissão. 'Autodesobsessão':

"Se você já pode dominar a intemperança mental...

Se esquece os próprios constrangimentos, a fim de cultivar o prazer de servir...

Se sabe absorver o comentário infeliz, sem passá-lo adiante...

Se vence a indisposição contra o estudo e continua, tanto quanto possível, em contato com a leitura construtiva...

Se esquece mágoas sinceramente, mantendo um espírito compreensivo e cordial, à frente dos ofensores...

Se você se aceita como é, com as dificuldades e conflitos que tem, trabalhando com tudo aquilo que não pode modificar...

Se persevera na execução dos seus propósitos enobrecedores, apesar de tudo que se faça ou fale contra você...

Se compreende que os outros têm o direito de experimentar o tipo de felicidade a que se inclinem, como nos acontece...

Se crê e pratica o princípio de que somente auxiliando o próximo é que seremos auxiliados...

Se é capaz de sofrer e lutar na seara do bem, sem trazer o coração amargoso e intolerante...

Então, você estará dando passos largos para libertar-se da sombra, entrando, em definitivo, no trabalho da autodesobsessão."


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita