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por Édo Mariani

 

A vida futura


Há sobre a existência da vida futura, isto é, a vida depois da morte do corpo físico, muitas dúvidas para boa parte da humanidade. Alguns sentem, por uma vaga intuição, que isto deve ser uma verdade. Todavia, não encontrando informação segura que lhes permita uma resposta convincente, continuam duvidando: o que existe de fato e como será essa vida? E, sem firmeza de convicção, muitos agem sem se preocupar com o amanhã. Ocupam-se apenas com as coisas da vida presente, esquecidos de que somos Espíritos imortais e, como tal, subsistiremos ao fenômeno chamado morte.

Os judeus tinham dúvida semelhante. Segundo Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo, os judeus “acreditavam nos anjos, considerando-os seres privilegiados da Criação. Não sabiam, porém, que os homens podem um dia tornar-se espírito puro e partilhar da felicidade deste. Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens terrenos, com a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os seus inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram os castigos pela desobediência àquelas leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo pastor e ignorante, que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste mundo. Mais tarde, Jesus lhes revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus segue o seu curso. É esse mundo que ele promete aos que cumprirem os mandamentos de Deus, onde os bons serão recompensados. Aí se encontra o Seu reino, onde Ele se encontra, e para onde voltaria quando deixasse a Terra”.

Moisés não achou prudente dar-lhes maiores esclarecimentos a respeito da existência da vida futura, sabendo que o povo não tinha condições mentais suficientes para entender como seria a vida futura. Assim, deixou apenas os ensinamentos fundamentais para que no futuro, com o evoluir dos estudos e o desenvolvimento da ciência, fosse possível o entendimento de como seria essa vida.

Mais tarde, Jesus, ao atender Nicodemos, que O inquiriu ‘como proceder para herdar a vida eterna’, informou convicto: “Em verdade, em verdade vos digo, é preciso nascer de novo. O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do espírito é espírito”.

Diante da incompreensão de Nicodemos, que era mestre em Israel e, todavia, não entendeu o ensinamento dado, tendo por isso perguntado: “Como poderei depois de velho voltar ao ventre de minha mãe para nascer de novo?”, o Mestre postergou para o futuro outros esclarecimentos sobre o tema, prometendo enviar, no devido tempo, o Consolador, o Espírito de Verdade, que viria ensinar aos homens todas as coisas e recordar tudo o que Jesus houvera ensinado.  

Os tempos passaram e a história confirmou a promessa de Jesus sobre a vinda do Consolador, através do trabalho missionário de Allan Kardec que, sob a égide dos Espíritos superiores, codificou o Espiritismo, uma doutrina nova, confirmada pela ciência, com formulações filosóficas e fins morais, trazendo em seus princípios doutrinários preciosos, claros e insofismáveis ensinamentos sobre a vida futura.

O Espiritismo veio não apenas ensinar filosoficamente a existência da vida futura, mas prová-la por meio de fatos, atendendo assim ao seu caráter de ciência de observação. Esta doutrina foi revelada, não somente pelas profundas pesquisas realizadas pelo seu codificador, Allan Kardec, mas também por outros cientistas e pesquisadores, verdadeiros missionários que, após Kardec, deram continuidade às pesquisas, realizadas com rigor científico, que confirmaram os fundamentos dos postulados doutrinários.

Hoje sabemos que somos Espíritos imortais; que vivemos na Terra não apenas uma, mas repetidas existências, para elaborarmos o nosso aprendizado e nos tornarmos, um dia, Espíritos puros. Aí então teremos conquistado a felicidade plena que, em vão, temos procurado na Terra.

Com a certeza da imortalidade da alma, da reencarnação e da evolução, fica fácil entender que a VIDA FUTURA é a formulação divina adequada para podermos, no uso do nosso livre-arbítrio, realizar as reformas íntimas necessárias, caminho certo para a felicidade sonhada por todos.

Assim sendo, deve ser do interesse de toda a humanidade a tarefa de desenvolver nossas atividades no trabalho do bem, atendendo aos ensinamentos e aos exemplos deixados por Jesus.

Meditando seriamente nos princípios aqui expostos e usando o bom senso e a razão, constataremos que a vida futura é uma verdade incontestável, ensinada por Jesus e provada cientificamente pelo Espiritismo.

Vale, pois, mesmo que seja com esforço inaudito e boa vontade, superar os hábitos materialistas atuais, no preparo do futuro que nos aguarda após o que designamos como morte e final da vida, mas que na verdade representa apenas a extinção do corpo material, uma vez que o Espírito é imortal e a vida prossegue, na busca do aprimoramento das virtudes que elevam e edificam a criatura humana.           


 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita