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por Nilton Moreira

 

Cofre cheio, apego material, pandemia...            


Somos muito apegados à matéria. Aos bens materiais. Não suportamos a ideia de morrer e deixar tudo que acumulamos durante a vida em mãos de outros, e quando acumulamos mais e mais, dizemos que é para deixar aos filhos. Será?

Certa ocasião, numa atividade mediúnica nos foi trazido para esclarecimento um desencarnado que possuía muitas terras, e mantinha num grande cofre de uma das suas fazendas soma substancial em ouro. O Espírito fazendeiro embora não pertencesse mais a esta vida permanecia agarrado ao cofre, tentando abri-lo e se negava a seguir a trajetória na espiritualidade, situação esta difícil de ser resolvida, pois que ele não acreditava estar sem o corpo físico, e sentia-se como se estivesse sonhando.

Estas situações é comum acontecerem por ocasião do passamento, pois infelizmente somos preparados para viver e esquecemos que temos um tempo de validade. Tomamos sempre por base o nosso tempo de permanência aqui na Terra pela idade das pessoas idosas, e durante a maior parte de nossa vida não nos preparamos para o passamento.

A maioria das crenças religiosas não aborda vida além-túmulo, informando aos seguidores que tudo termina com a morte e que entrarão num sono profundo de descanso até o juízo final. No entanto, quem assim acredita se depara com uma realidade diferente.        

Mesmo agora com essa pandemia que pode nos levar de uma hora para outra, a exemplo de outras doenças repentinas, não conversamos sobre o que devemos adotar de um momento para outro. A maioria reclama do distanciamento, do ter que conviver com máscara e higienizar-se constantemente, mas não troca informações a respeito de ser acometido pela doença e ter de separar-se de seus bens e entes queridos num piscar de olhos.

Ser curado de qualquer moléstia tem a ver com merecimento. Uma doença que pode ser considerada fatal vem sempre para nos mudar a maneira de encarar a vida. Às vezes nos achamos pessoas boas por fazermos caridades, distribuir alimentos, roupas, ou dar quantia em dinheiro. Esta é a caridade mais simples de realizarmos e os governantes fazem isso rotineiramente, pois dependem apenas de recursos. Existem outras caridades que aí, sim, são meritórias, como adoção de uma criança sem lar, cuidar de um doente ou tratar bem um idoso. Não basta sermos caridosos materialmente, temos de ser nos moldes que Jesus ensinou.

Uma palavra amiga ou um bom conselho também é caridade. Lembremos que Jesus procurava sempre levar uma palavra de consolo e quando praticava a cura sempre orientava a não pecar mais, isto é, deveria o doente, que conseguia escapar de doença grave, modificar seu comportamento. Assim continua nos dias de hoje, pois a evangelização de Jesus não mudou.

Pensemos um pouco mais no que pode nos acontecer repentinamente e procuremos nos esclarecer, para não ficarmos agarrados ao cofre.

Muita paz, amigos!


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita