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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

Reinventando a vida


Ao longo dos tempos a Humanidade conviveu com pandemias que resultaram em muitos sofrimentos. Naqueles períodos, não havia o conhecimento que hoje a ciência nos traz com grandes benefícios. Muitas das agruras já são evitáveis ou minimizadas mercê de avanços tecnológicos que oportunizam a previsão de catástrofes.

Logo no alvorecer de 2020, o mundo se deparou com uma nova doença que rapidamente se transformou em pandemia. O Covid-19 solapou o sossego de todo o mundo e nesse processo expandiu-se de forma abrupta, ceifando milhares de vidas.

O recolhimento tornou-se imperioso, além de outras medidas restritivas e de cuidados pessoais intensos, para tentar deter o avanço da contaminação. O ser humano isolou-se compulsoriamente, já que há muito se encontrava na “solidão comunitária”, por conta da comunicação pela tecnologia em detrimento da palavra verbal. Os de longe vivem perto e, os contíguos, afastados...

Essa calamidade que deixa sofrimentos intensos tem sua razão de ser. É a destruição favorecendo a renovação. Temos em O Livro dos Espíritos, Q-728: “É lei da Natureza a destruição”? - Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar; porque o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.

Nesse rastro de dor, a perda de entes queridos, o desemprego e tantas carências se tornaram mais evidentes ficando o ser humano impotente diante de algo microscópico: um vírus... Depreende-se, então, como somos frágeis diante de algo aparentemente insignificante, mas potencialmente perigoso e letal.

Decorrente disso, além da enfermidade física, aliaram-se as de ordem mental. Os casos de ansiedade e depressão avolumaram-se, sendo um fator a mais nessa neurose pandêmica que se instalou no mundo.  Será motivo de reflexão? Sim! Mas qual o grau de amadurecimento que a lição nos trouxe ou ainda trará? Durante esses acometimentos, deparamo-nos diante de pessoas sem a mínima proteção pessoal que, de forma egoísta, se esqueceram de que, sendo contaminadas, outras também seriam... Essa prática foi um desrespeito aos semelhantes, parecendo que vivem de forma “soberana” sobre todos os demais. 

O bom senso não teve espaço naquelas mentes que se arvoram do direito de prejudicar os demais. A esperada “imunidade de rebanho” não contou com a “fraternidade” correspondente. Será que a lição foi suficiente para mudarmos os padrões de comportamento? Ainda, não! Contudo, tivemos que nos reinventar e a tecnologia fez com que as reuniões das Casas Espíritas e demais entidades religiosas promovessem encontros virtuais para suprirem de alguma forma a realização dos seus trabalhos.

Evidentemente não é o ideal, mas a necessidade renova o espírito criativo do homem para superar os desafios que se lhe apresentam. São as experiências dolorosas ou não que nos levam à evolução na escola da vida. 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita