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por Vladimir Alexei

 

Nova velha “práxis” espírita


O movimento espírita está se reinventando como pode. Cabeças que pensam fora da caixa se movimentam de alguma forma criando posicionamentos interessantes, controversos, mas que, em momento algum, são insossos como o que assolava o meio espírita.

Talvez engolfados pelos próprios problemas, alguns espíritas se preocupam muito mais com o psicologismo que tenta impor o posicionamento da Psicologia sobre a Ciência Espírita, do que propagar o Espiritismo, gerando um movimento espírita sem identidade espírita.

Outro aspecto que também tem sido preocupação no meio espírita é o político. Muitas celebridades espíritas se posicionaram como de “direita” – o que é bastante louvável, principalmente quando a maioria fica em cima do muro apenas criticando –, e desandaram a justificar seus posicionamentos, inclusive citando Espíritos que possuem papel importante no meio espírita.

Como consequência, aqueles que não pensam dessa forma se entrincheiraram criando um movimento à “esquerda”, com teses bem estruturadas, discursos eloquentes e incisivos, abordando temas urgentes como o combate à fome e à desigualdade social.

Em meio a todos os movimentos da atualidade, algumas conexões históricas não vieram à tona, contudo, cabe comentar, ainda que en passant: nossas ações ecoam pelo tempo, com reveses inimagináveis, diferentes até daquilo que motivou tais ações.

O que se vê hoje de “direita” e “esquerda” espíritas, e a busca por uma nova “práxis espírita”, na realidade, é uma releitura adequada ao século XXI daquilo que já foi feito desde o século XIX, pela Federação Espírita Brasileira com seu “movimento de unificação”.

Ao criar um “movimento de unificação” a Federação desuniu os espíritas. Criou uma ruptura e combateu ardorosamente esse posicionamento durante mais de um século. Como resultado, ainda que em um “inconsciente coletivo”, temos o movimento espírita atual e a tentativa de uma nova práxis, cada vez mais entrincheirados, sem diálogos, completamente opostos, críticos ferrenhos uns dos outros e de tudo que “não é espelho”, como diria Narciso.

Que fazer?

Um psiquiatra, já que começamos o texto falando da Psicologia, escritor dos mais lidos do Brasil na atualidade, disse em uma de suas obras: “Ele (Jesus) foi mestre numa escola em que muitos intelectuais, cientistas, psiquiatras e psicólogos são pequenos aprendizes”.

Jesus disse que nenhuma ovelha de seu rebanho se perderia. O rebanho é um só! A primeira ação deveria ser desativar as masmorras, trincheiras e cárceres, criando pontes entre todos, para um diálogo fraterno, amigo, complementar.

Temos muito a aprender com o posicionamento de cada um, se pararmos de tentar ensinar...

Essa, quem sabe, pode ser uma nova velha práxis espírita: vencer a nós mesmos pelo trabalho em benefício dos mais necessitados e em prol de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Tudo isso, e muito mais, sempre foi o que Chico Xavier fez...    


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita