Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

A venda de José Felizardo, onde o Chico era empregado, vivia repleta. Entre os que a frequentavam estava um homem rude de nome Honorato, que era perito em provocar a antipatia dos outros. Dizia palavrões. Embriagava-se. Por qualquer “dá cá uma palha” exibia um punhal. Chico também não simpatizava com ele. E quando estava à beira de uma discussão desagradável com o pobre beberrão, lembrou-se da prece e calou-se. Em plena oração, viu Dona Maria João de Deus, que o advertiu: — Meu filho, evite contendas. Hoje esse homem pode ser antipático aos seus olhos. Amanhã, talvez poderá ser um benfeitor em nossas necessidades.

Meses passaram.

Num domingo, José e Chico Xavier foram, de manhãzinha, ao campo em busca de ervas medicinais para socorro a irmãos doentes. Andaram muito à procura do velame, da carqueja e dos grelos de samambaia. Quando se dispunham ao regresso, larga nuvem de neblina desceu sobre a região. Por muito que se esforçassem não reencontraram o trilho de volta. Por mais de duas horas erraram no mato agreste. Muito aflitos, oraram juntos, pedindo socorro. Os amigos espirituais pareciam ausentes e o nevoeiro aumentava cada vez mais. Continuaram andando, fatigados, quando viram uma casinha à pequena distância. Bateram à porta e a porta abriu-se. Uma voz alegre e acolhedora gritou lá de dentro: — Oh! Chico, você aqui? Era o Honorato, que os abraçou com satisfação, oferecendo-lhes alimento e guiando-os ao caminho de retorno.

Quando o benfeitor se despediu, deixando-os tranquilos, a genitora desencarnada apareceu ao médium e disse-lhe: — Compreendeu, Chico? E o Chico, impressionado, respondeu: — Compreendi, sim. A senhora tem razão.

 

Do livro Lindos Casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita