Artigos

por Anselmo Ferreira Vasconcelos

 

Vencendo as drogas


Os deletérios efeitos da Covid-19 não se circunscreveram apenas ao elevado número de óbitos e à depressão econômica, infelizmente. Eles também têm servido de estímulo ao aumento da drogadição. Como destacou um recente artigo da revista Veja, a imposição do isolamento social, o receio de contrair o vírus, a substancial queda de renda ou desemprego e a perspectiva de um futuro incerto são fatores que têm causado insopitável angústia e desespero em muitas pessoas ao redor do mundo.  

O pessimismo chega ao ponto de muitos acreditarem que a vida não será mais como antes, esquecendo-se, talvez, que mudanças são parte da vida. Seja como for, o fato é que estamos vivendo em meio a uma procela, que certamente deixará sequelas em todos nós. É quase certo que mudanças estruturais provavelmente advirão dessa dura experiência, e, assim sendo, teremos de nos readaptar a uma outra realidade. Esse é o desafio colocado diante de nós, e que exigirá muita paciência e força interior de cada um. Talvez, mais do que nunca, precisaremos buscar os recursos da fé, da esperança e Deus para nos guiar.  

Aliás, o momento presente – independentemente do estrago econômico-financeiro ou emocional que tem produzido em nossas vidas – também tem possibilitado a oportunidade de construirmos a fé dentro de nós, em caso de ainda não a possuirmos. Por essa razão, poderemos sair muito mais fortes espiritualmente dessa passageira tempestade que ora nos atinge, a depender da maneira como reagirmos. 

No entanto, apelar para o alcoolismo ou a drogadição só tornam as coisas muito piores do que já são. Seguir esse caminho errático significa malbaratar sagradas bênçãos concedidas pelo mais alto com vistas ao avanço do Espírito encarnado. Infelizmente, considerável parte da humanidade usa essas destrutivas bengalas em flagrante prejuízo aos compromissos assumidos junto à espiritualidade maior. Analisando essa problemática, o Espírito Joanna de Ângelis observou, no livro Conflitos Existenciais (psicografia de Divaldo Pereira Franco), que “A drogadição constitui, na atualidade, um dos mais graves problemas de saúde mental e orgânica...” Trata-se, como sabemos, de verdadeira pandemia que vergasta o planeta, atingindo especialmente os incautos.  

O quadro funesto é exacerbado pela insegurança advinda da pandemia. Em consequência disso, os indivíduos têm se atirado insanamente às drogas e ao álcool como se tais fugas pudessem resolver as dificuldades presentes. Como corretamente afirma a respeitável mentora espiritual, “Os conflitos internos que aturdem o jovem ou o adulto, que sente insegurança na realização de alguns cometimentos, respondem pela procura de determinadas drogas estimulantes que lhes proporcionam segurança na primeira fase da intoxicação...”

Não poucos, como também reconhece a benfeitora, já trazem de encarnações pregressas o hábito ou inclinação à dependência de drogas. De modo geral, a crise atual, as ínsitas fraquezas do indivíduo e a ação dos obsessores acabam, por fim, levando-o à derrocada. Para Joanna de Ângelis, a toxicomania é “uma válvula para escapar-se à ansiedade, ao estresse, às pressões vigentes, lamentavelmente conduzindo para a loucura, a destruição e a morte...”

Posto isto, é indispensável a autodeterminação do dipsômano em se ajudar, em buscar a recuperação, voltando, assim, a exercer o comando da própria existência, aceitando as vicissitudes e reveses - sejam eles quais forem - como obstáculos naturais do trajeto ascensional. Nesse sentido, Joanna de Ângelis recomenda as leituras edificantes, os exercícios físicos, o cultivo do pensamento positivo centrado na autocura e a benfazeja oração para que os resultados positivos ocorram. Por fim, cabe lembrar que não nascemos para nos autodestruir, mas para efetuar realizações sublimadas pela vontade de Deus.  


  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita