Entrevista

por Marinei Ferreira Rezende

Urge que tenhamos, no dia a dia, mais tempo
para Deus

O pensamento acima é de nossa entrevistada, Helena Bertoldo da Silva (foto), gaúcha de Canoas (RS), onde reside. Graduada em Letras, com especialização em culturas juvenis, subjetividade e educação, é filha de pais espíritas e pessoa bastante conhecida no meio espírita por sua atuação na Federação Espírita do Rio Grande do Sul, em que foi diretora de dois importantes órgãos: o Departamento Doutrinário e o Departamento de Assuntos da Família. Atualmente diretora da Área do Atendimento Espiritual no Centro Espírita da FERGS, é também coordenadora da Área do Atendimento Espiritual da CRSULFEB, além de vice-diretora da Área do Atendimento Espiritual do Centro Espírita no Centro Espírita Léon Denis, de Porto Alegre.

A seguir, a entrevista que ela gentilmente nos concedeu.

No início deste ano foi publicado seu livro A MENINA QUE VENCEU O MEDO. Fale-nos sobre essa obra e como o leitor pode adquiri-la.

A MENINA QUE VENCEU O MEDO é uma obra infantil que tem o objetivo de sensibilizar a criança, os pais e os evangelizadores sobre a importância da prece e da fé em Deus. Manu, a personagem principal, tem medo de temporal e com o auxílio e o carinho da sua avó, ela é convidada a orar e vence o medo. A capa do livro é belíssima; foi ilustrado por Jefferson Trevisan. Os interessados podem adquiri-lo na FERGS Editora (Livraria e Editora Francisco Spinelli). O contato pode ser feito pelo tel. (51) 98400-3219 ou pelo site www.livrariaespirita.org.br.

Como é o Movimento Espírita na sua cidade?

O Movimento Espírita em Canoas enfrenta, como em todo o lugar, muitos desafios. É um movimento espírita que vem em crescente, contando com o empenho e dedicação de Regis Andrade Pacheco e Roseni Siqueira, presidente e vice-presidente da UME Canoas, respectivamente.

Em sua opinião, qual deve ser a função do Centro Espírita?

O Centro Espírita tem como função precípua acolher, consolar, esclarecer e orientar todas as pessoas que o procuram, seja em estado de sofrimento –buscando consolo ou, por curiosidade – querendo conhecer ou estudar a Doutrina Espírita. Na época de transição que a Humanidade atravessa, o Centro Espírita representa “os braços” de Jesus na Terra. É o local onde as dores serão consoladas e as almas, esclarecidas através do estudo dessa doutrina consoladora. A procura pelos Centros Espíritas aumenta cada vez mais. Aqueles que o procuram vêm em busca de orientações e consolo para suas dores. Urge que os gestores dos Centros Espíritas e seus trabalhadores se qualifiquem para esse mister.

Em sua opinião, os centros espíritas estão incentivando as atividades de evangelização das crianças?

Todo centro espírita incentiva, de uma certa forma, a evangelização, porém esse incentivo será cada vez mais profícuo se houver uma compreensão plena da importância da evangelização pelos seus dirigentes e trabalhadores. Lembremos, quanto a isso, a frase de Francisco Spinelli: “A Criança ainda é o sorriso do futuro na face do presente. Evangelizá-la é, pois, espiritualizar o porvir, legando-lhe a lição clara e pura do ensinamento cristão, a fim de que, verdadeiramente, viva o Cristo nas gerações de amanhã.” 

Qual o maior desafio que deparamos hoje dentro do movimento espírita?

Os maiores desafios, penso eu que são a compreensão plena e vivência dos postulados espíritas e do Evangelho do Cristo. Também são desafios a qualificação do trabalhador espírita, a união dos espíritas e a participação de todos os centros espíritas nas atividades do Movimento Espírita, relembrando aqui Emmanuel: “Não teremos Espiritismo Unido sem que nos unamos. Debalde ensinaremos Amor sem nos amarmos uns aos outros. Não elevaremos a Doutrina sem nos elevarmos. Aprendamos a eliminar as arestas próprias, a fim de que o espírito coletivo paire mais alto, ligando-nos à divina inspiração. Unir, para nós, deve ser aprimorar, crescer, iluminar.”

Como ocorrem os encontros inter-regionais espíritas em terras gaúchas?

As inter-regionais acontecem no Rio Grande do Sul em 5 polos - Polo A, Polo B, Polo C, Polo D e Polo E, cada qual formado por vários CRES - Conselhos Regionais Espíritas.

As inter-regionais são promovidas e realizadas pela Diretoria Executiva da FERGS, que em Caravana dirige-se ao respectivo Polo onde se realizará o encontro. As temáticas e a metodologia do trabalho são definidas com base nas avaliações e necessidades dos polos e lincadas com o Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro, o Plano Quinquenal Federativo e os objetivos da Unificação Espírita.

Se pudesse dizer ao público o que você considera essencial para a boa vivência cristã, que diria?

Urge que no nosso cotidiano tenhamos mais tempo para Deus, ou seja, buscarmos, através da prece, das leituras, de meditações diárias, das reflexões sobre o objetivo da encarnação, desenvolver os valores morais necessários para a nossa iluminação interior.

Algo mais que gostaria de acrescentar?

Sim. Enfatizar a importância de estudarmos a doutrina de forma constante, fazendo um parâmetro entre o que somos e o que o Cristo espera de nós.

Suas palavras finais.

Que Jesus nos abençoe e nos fortaleça para que possamos vencer os desafios de mudarmos o homem velho, vicioso, acomodado, marcado por um passado de erros, transformando-o em um homem novo, consciente de que depende apenas de si o labor da transformação interior.

Que tenhamos a certeza, nessa luta pessoal, de que não estamos sós, pois Deus, o Criador do Universo, zela por nós e nos incentiva através da inspiração e proteção dos benfeitores espirituais.

Paz a todos os corações.

 

 

     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita