Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Em um programa televisivo em Goiânia, conceituado jornalista, católico por formação e convicção, perguntou a Chico Xavier:

“Sou dos que acreditam, todavia, em todas as religiões, desde que se consagrem ao bem e objetivem ao supremo Criador. Não acredito, porém, em sucessivas reencarnações pelas quais ocorreria a evolução do espírito, conforme sustenta a Doutrina Espírita, mas numa vida eterna que obviamente não é a terrena. Assim, cada qual com seu mundo interior desconhecido, porque ninguém conhece a si mesmo, cria psicologicamente seu próprio inferno, seu próprio céu. Cristo, dotado de poderes sobrenaturais, é um espírito que veio ao nosso mundo no seu grau máximo de evolução espiritual; como se explica, então, à luz do Espiritismo, ter ele passado pela expiação do Calvário?”

Chico respondeu ao jornalista o seguinte:

“Digamos de nossa parte que Nosso Senhor Jesus Cristo permanece em plano de tamanha sublimação que pessoalmente não nos reconhecemos no direito de formar qualquer critério em torno dele. Para nós, pessoalmente, ele é o Governador Espiritual do nosso planeta, em nome de Deus. Acreditamos que o suplício do Calvário terá sido uma epopeia de amor. Quando vemos o coração materno neste mundo decidido a sofrer qualquer espécie de martírio por amor ao filho ou aos filhos, por que não considerar Nosso Senhor Jesus Cristo capaz de sofrer a imolação da cruz em nosso favor, absolutamente por amor a nós outros, os componentes da família humana? Com respeito à reencarnação, esperemos que a ciência possa positivar essa ocorrência natural da vida e da evolução, porque sem a reencarnação não perceberíamos qualquer lógica no problema da dor e do destino, no campo da humanidade. Acreditamos na reencarnação e temos certeza formada sobre isso, mas não podemos transferir a nossa convicção aos melhores amigos, por mais respeitáveis sejam eles. Quanto à criação de um inferno e de um purgatório por dentro de nós, isso é mais do que lógico e o nosso caro entrevistador está com a razão. Somos nós mesmos os autores do purgatório ou do inferno por dentro de nós. Sem dúvida, não existem outros; mas, por isso mesmo, quando partimos deste mundo com problema de culpa, retornaremos a ele, evidenciando as consequências dessa mesma culpa. Plasmamos neste mundo e no outro, com as repercussões dos nossos próprios atos, o estado espiritual que estabelecerá em nós o céu, o purgatório ou o inferno, sendo de notar que purgatório e inferno são transitórios, porque a Misericórdia Divina cobre a Divina Justiça. E sempre haverá para o espírito eterno, filho de Deus, a possibilidade de conciliação com Deus nas Leis Divinas, através da pacificação da própria consciência.”

 

Do livro Chico Xavier em Goiânia, de Chico Xavier e Emmanuel.



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita