Correio mediúnico

Espírito: Bezerra de Menezes

Código Divino


Outrora, os mártires sofreram nos circos para doar ao mundo a Bênção da Revelação.

Através de fogueiras e sacrifícios, traçaram um roteiro de luz para o mundo paganizado.

Em seguida, quando as trevas da Idade Média consagravam a autocracia do poder, os cristãos livres experimentaram a perseguição, a morte e o anátema para restaurarem a senda luminosa, conferindo à Terra as Luzes da Verdade.

Hoje, porém, meus amigos, os seguidores do Mestre Divino, irmanados em torno da cruz redentora, foram chamados à doação da Fraternidade às criaturas.

Amparados pela evolução dos códigos que se tocaram das claridades sublimes da Boa Nova, através dos séculos, desfrutam de liberdade relativa para concretizarem a divina missão de que foram cometidos.

Antigamente, dolorosa renunciação era exigida aos companheiros do Mestre Nazareno, de fora para dentro; agora, no entanto, é a luta renovadora do santuário íntimo para o mundo externo.

Não é o circo do martírio que se abre não na praça pública, nem a fogueira dos autos-de-fé, organizada junto de povos livres e robustos em nome das confissões religiosas.

A atualidade reclama corações consagrados ao Senhor na esfera de si mesmos.

A fraternidade constituir-nos-á abençoado colima de trabalho e realização, dentro do Espiritismo Evangélico, ou permaneceremos na mesma expectação inoperante do princípio, quando o material divino da Revelação e da Verdade não encontrava acesso em nossos espíritos irredimidos.

Formemos não somente grupos de indagação intelectual ou de crítica nem sempre construtiva, mas, sobretudo, ergamos um templo interior à bondade, porque sem espírito de amor todas as nossas obras falham na base, ameaçadas pela vaga incessante que caracteriza o campo falível das formas transitórias.

“Amemo-nos uns aos outros”, segundo a palavra do Mestre que nos reúne, sem desarmonia, sem discussões ruinosas, sem desinteligências destrutivas, sem perda de tempo nos comentários vagos e inoportunos, amparando-nos, reciprocamente, pelo trabalho, pela tolerância salvadora, pela fé viva e imperecível.

Se nos encontramos realmente empenhados no Espiritismo que melhora e regenera, que esclarece e redime, que salva e ilumina, sob a égide de Jesus, recordemos as palavras do Código Divino, para vivê-las na acústica de nossa alma, seguindo o Senhor em Sua exemplificação de sacrifício, de solidariedade e de amor: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém irá até o Pai senão por Mim”.

 

Do livro Doutrina e Aplicação, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita