Joias da poesia
contemporânea

Autor: Antero de Quental

 

Soneto II


Mais se me afunda a chaga da amargura

Quando reflexiono, quando penso

No mar humano, encapelado e imenso,

Onde se perde a luz em noite escura…

 

Nesse abismo de treva a bênção pura,

Do espírito de amor ao mal infenso,

Sente o assédio do mal. É o contrassenso

Da luz unida à lama que a tortura.

 

Mais se me aumenta a chaga dolorida,

Escutando o soluço cavernoso

Da pobre Humanidade escravizada;

 

Sentindo o horror que nasce dessa vida,

Que se vive no abismo tenebroso,

Cheio do pranto da alma encarcerada!

 

Do livro Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita