Cinco-marias

por Eugênia Pickina

Mudança de cidade


Atribuo um enorme valor ao fato de poder me permitir compreender uma outra pessoa
. Carl Rogers


Não é fácil enfrentar uma mudança. Já pensou como pode ser para uma criança? A chegada de um irmão, a separação dos pais, a mudança de escola, a mudança de cidade… Qualquer que seja a circunstância, é essencial que a família ajude a criança a enfrentar com segurança o novo contexto em sua vida.

Um exemplo: por motivo de transferência no emprego, vamos mudar de cidade. Meu filho tem 10 anos. E agora?

O primeiro passo é conversar com a criança sobre a mudança, dizendo a ela como é a nova cidade, esclarecendo dúvidas, dando abertura para que exponha seus medos. Ou seja, é fundamental que a criança tenha espaço para fazer perguntas,  expressar sentimentos, demonstrar angústia, medo frente ao desconhecido…

Mas, de outro lado, uma mudança implica novidade. Mostrar para a criança os aspectos positivos  da nova cidade pode ajudá-la a transformar os receios em curiosidade. Com a internet, hoje em dia, é possível fazer uma exploração online pela cidade, o que ajudará a criança a se familiarizar com o novo endereço. Além isso, se for viável, uma visita à nova cidade antes da mudança pode despertar na criança entusiasmo, abrandando medos e receios. No entanto, é fundamental que os pais sejam o tempo todo sinceros, e isso para não criar na criança falsas expectativas…

De outra parte, por mais que a mudança seja tranquila, existe um sentimento de perda. Diferentemente de uma criança de dois anos, uma que completou dez anos já tem vínculos com o lugar, o que torna a mudança mais delicada.  Então é importante os pais conversarem com o filho ou a filha a respeito de maneiras que poderão ser usadas para manter os laços com os amigos apesar da mudança.

Na hora de encaixotar as coisas,  uma atitude importante é chamar a criança para participar do processo. A inclusão mitiga os receios e dá à criança a certeza de que seus brinquedos e livros preferidos seguirão com ela para o novo ambiente… 

Ao chegar ao novo endereço, incentive a criança a explorar o lugar, peça também sua ajuda para arrumar o novo quarto, participando da arrumação.

De forma paciente, continue atento às reações da criança, sem esquecer que a melhor maneira de enfrentar a adversidade é sendo honesto e contando a ela o que for possível/compreensível em razão de sua idade. E se desde o início a criança participar das etapas da mudança, a adaptação certamente será mais fácil, mais tranquila…
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita