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por Yé Gonçalves

 

Nestes tempos pandêmicos, quem sabe!


Atualmente estou ficando, na maior parte das vezes, em exercícios de conversação com os meus botões, acerca do porquê e do para quê destes tempos pandêmicos.

Como nada na vida é por acaso, e sim por uma causa, logo tem de haver um motivo que justifique tal crise. Seria talvez a força da natureza pedindo à humanidade um basta. Ou uns bastas.

Um basta a tanta correria; a tanto egoísmo; a tanta sede de poder; a tanto orgulho; a tanto se achar que é dona do pedaço; a tanto pensar em si mesma, sem se amar e sem se conhecer na essência. Um basta às guerras, aos preconceitos, às agressões físicas e morais, ao desrespeito à opinião do outro, às maledicências etc.

Acompanho os noticiários e os vaivéns das pessoas nestes tempos de pandemia. Notícias que chocam. Mas também que fazem pensar. Que fazem agir e que provocam mudanças de hábitos.

Já estamos dando importância ao uso de máscaras de proteção; à higienização das mãos com água e sabão líquido ou, na impossibilidade, com álcool em gel.

Inclusive, já estamos evitando os apertos de mãos e os abraços físicos, pelo que se pode desenvolver um sentimento de respeito à integridade física dos semelhantes e aprendermos a reverenciar uns aos outros.

Abençoada campanha “fique em casa”, que provoca um basta às inquietações pela busca incessante sabe lá de quê. Talvez um basta à priorização obcecada das conquistas de bens materiais e de ganhar mais e mais dinheiro.

Campanha abençoada que desacelera os ânimos e nos coloca dentro de casa, no convívio com os companheiros de família. Agora, sim, temos tempo para conversar, trocar umas ideias, colocar os assuntos em dia, brincar e conhecer uns aos outros de verdade, e buscar o autoconhecimento.

Sair às ruas, somente em casos estritamente necessários. Apenas os serviços essenciais funcionam.

Um detalhe: Enquanto a crise pandêmica vai passando, as crises econômicas e financeiras vão chegando. Falta dinheiro. As necessidades básicas não esperam. Problemas de relacionamentos vão batendo às portas. E agora, senhor ou senhora corona, para onde?

Quem sabe, aprenderemos mais a valorizar a vida, a respeitar mais uns aos outros e a nós mesmos?!

Quem sabe, cresceremos, somando em nós coisas novas, e aprenderemos a viver e a conviver com menos dinheiro, contentando com o necessário, sem esbanjamento, e com menos supérfluos?!

Quem sabe, estaremos menos egoístas e menos orgulhosos, dizendo não aos preconceitos, às brigas inúteis da politicagem e dos interesses pelo poder etc.?!

Quem sabe, aprenderemos a reverenciar o próximo, e a abraçarmos uns aos outros em vibrações de paz e de amizade sincera?!

Nestes tempos pandêmicos, quem sabe!


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita