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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

Infância consciencial


Ainda no sono da ignorância, o homem, apesar dos ensinamentos do Cristo, ainda permanece na insensatez diante das sábias palavras do Mestre e do seu exemplo que consolida o amor como único caminho para a redenção.

Alijado dos compromissos morais, ele busca incessantemente o poder material como se fosse o horizonte de luz que sempre brilhará. Nesse equívoco milenar, caminha nas trevas colhendo dores e sofrimentos que encontra nesse rumo tortuoso.

Sem perscrutar o seu valioso interior que é o reduto da sua elevação espiritual, segue como um nômade nesse universo de incertezas, sem aperceber-se de que os percalços da vida servem de lição na infinita escola de aprendizado em que todos nós estamos matriculados.

Sem esforçar-se para sair desse Dédalo, que o torna réu inserido no cárcere que ele próprio construiu, não se dá conta de que o caminho escolhido outrora e que ainda faz parte do seu trajeto necessita ser modificado.

A ambição ombreada com egoísmo e orgulho forma a tríade que o leva ao precipício das amarguras diuturnamente. As alternativas existem e sempre somos amparados pelos Anjos Guardiães para que busquemos novos rumos como porta de saída dessa turbulência existencial.

A visão obtusa do amanhã espiritual fortalece o seu estado de sofrimento, visto que o que é transcendental foge-lhe à razão pelo desconhecimento da verdadeira essência da vida. Nas Bem-Aventuranças, o Mestre deixou evidente que a consolação virá adiante, mercê da nossa fé, perseverança e resignação. Nem acomodação nem lamúrias. Coragem sempre para enfrentar os desafios da vida.

Jamais iremos colher bons frutos se a semeadura não preceder a escolha das boas sementes. Conhecendo a imortalidade do Espírito, teremos condições de compreender o porquê das nossas provas e expiações através das reencarnações.  

O autoconhecimento descortinará horizontes mais abrangentes que nos darão a consciência da nossa real existência. A par desse universo interior e sempre ajudado pela espiritualidade, conseguiremos galgar degraus evolutivos a cada dia, nesse processo infinito de crescimento espiritual.

Enquanto não buscarmos novos caminhos, já que os percorridos até agora não foram suficientes para a nossa reforma interior, não desfrutaremos da felicidade. Enquanto não entendermos que somos irmãos e filhos de um único Pai, e convivermos em fraternidade, não teremos a almejada Paz

A maturidade consciencial não se adquire no açodamento, mas pela paciência e perseverança no estudo daquilo que não vemos, mas sentimos. Essa consciência é a razão que ecoa no coração. Em O Livro dos Espíritos, questão 621, temos: “Onde está escrita a lei de Deus? – Na consciência”. Disso tudo inferimos que essa consciência precisa despertar. É dela que iremos extrair tudo aquilo de que necessitamos e, dela, também teremos condições de entender o real sentido da vida.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita