Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

Dádivas ocultas

 
Recorda a caridade oculta em que te equilibras, por amor da Providência Divina, e não desdenhes auxiliar sem repouso para que teus passos não se percam nos labirintos da ingratidão.

Desde o alicerce do templo da carne em que te refugias, ampara-te o Senhor de mil modos…

Não há preço amoedado para o colo maternal em que se plasma o corpo, não há retribuição humana com que possas solver as dívidas do berço e nem existe ouro terrestre capaz de redimir-te, perante a mão carinhosa que te orientou os passos primeiros…

Toda a experiência no mundo não é mais que um dilúvio de graças do Céu, benfazejas e anônimas, assegurando-te estabilidade e alegria sem pagamento e sem propaganda…

A terra em que te apoias…

O aconchego do lar…

Os tesouros da escola…

O ar que alimenta…

O pão que nutre a mesa…

A fonte que te alivia…

O trabalho que te auxilia…

O amigo que te abençoa…

Não digas, assim, que o infortúnio de teu irmão é incômodo aos teus dias, porque teus dias, em si mesmos, não são mais que o Socorro Divino, em forma de ensejo santo…

Aprende a auxiliar a todo momento para que não desmereças do auxílio em que te fazes devedor em todo instante da vida…

Lembra-te de que todos os valores reais da senda não possuem preço na Terra e dispõe-te a estender, sem alarde, os recursos que o teu serviço possa criar em favor dos outros.

Sobretudo, não cobres o imposto do reconhecimento a quem conduzas a migalha de teu consolo, entendendo que o Erário Divino nunca te reclamou gratidão pela assistência contínua com que te assegura a bênção da própria marcha.

Não olvides, assim, que o Universo é o eterno “doar-se de Nosso Pai” e que, cerceando a corrente divina do amor em seu fluxo infatigável, a pretexto de atender nossos inferiores caprichos, nada mais fazemos que impor ao organismo excelso da vida a cristalização de nossa própria sombra, fugindo à glória da luz e decretando para nós mesmos longos períodos de reajuste no vale tenebroso da purgação e da morte.

 

Do livro Abençoa sempre, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita