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por Vladimir Polízio

 

Momentos difíceis

 
Estamos atravessando período de grande dificuldade no campo da saúde, da economia e do sentimento. Doença, desemprego e morte.

Na verdade, o mundo todo está passando pela turbulência provocada por um personagem invisível aos olhos, mas de grande poder de destruição do organismo físico por impedir a livre e natural respiração, chamado de 'novo coronavírus ou covid-19'.

Os benfeitores lembram sempre que 'as doenças da alma são mais aflitivas, mais graves que as doenças da carne'; não há dúvida quanto a isso como também não se deve ignorar quanto ao momento certo de cada um, no que diz respeito à saída deste mundo, pelo processo da morte, presença indesejável em nossa vida. O momento da chegada e da partida, escritas nas linhas do nosso prontuário, estão nas mãos do Senhor da Vida.

Porém, o que nos entristece profundamente é a maneira como isso vem acontecendo, tal a agressividade desse impertinente e perigoso inimigo; quando ele se apodera de um organismo físico, pela fragilidade da defesa que é vencida sem dificuldade alguma, não lhe dá trégua e põe fim à vida, que se extingue rapidamente.

O que se lamenta não é a morte em si própria, uma vez que toda a humanidade se sujeita a ela, mas, sim, a forma, a maneira como tudo se desenrola, pois sucede que, a partir do instante em que o doente tem sua saúde agravada e o resultado é o óbito, a família sequer pode ter o normal contato para proceder às despedidas simbólicas, como de costume. O corpo cerrado em urna própria não permanece sequer um tempo mínimo junto aos familiares, sendo de imediato levado à sepultura.

'A morte significa apenas uma nova modalidade de existência, que continua, sem milagres e sem saltos', mas é preciso compreender que esses momentos são especiais em razão da grandeza com que envolve a legião dos que são retirados do seio do lar, em diversas partes do mundo, chamados de volta à dimensão espiritual, como tem acontecido ciclicamente com os moradores da Terra em períodos distantes.

Sabemos que o Espírito não morre, é verdade, pois foi criado para a eternidade. Mas a família, já entristecida pela ausência física do ente querido, com essa nova, mas necessária prática, mais agrava os sentimentos, que já estão feridos.

Tenhamos fé, muita fé! A oração ainda é o recurso de que necessitamos em momentos como agora, para que a coragem e a esperança surjam como seguro abrigo para vislumbrar o amanhã, que chegará para todos nós. 

Oremos, façamos nossas preces ao Criador para que nos fortaleça em espírito e possamos compreender essas imposições do Alto quando somos tocados pela presença da dor em nossa vida. Roguemos paz em benefício dos que partem, porque muitos desses irmãos do caminho lamentam a forma como tudo está acontecendo, para que possam, assim, sentir-se amparados pelas palavras de amor e equilíbrio nesse novo estágio em que se encontram. Roguemos também em benefício dos que ficam, pois o sentimento de amor e de lembrança são os valores edificantes que a paz oferece a cada coração angustiante.

Que as bênçãos do Alto envolvam cada um desses irmãos que estão enfrentando esse doloroso momento.

Não existe uma obra sequer que possa ser atribuída ao acaso. Como cristão, não se esqueça de que Jesus está no leme desta embarcação, ora navegando em extenso mar revolto.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita