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por Rogério Coelho

 

Evangelho, Espiritismo e evolução


A alegria do bem praticado é o alicerce do Céu


"O Evangelho de Jesus está para a nossa evolução espiritual assim como o Sol está para a sustentação de nossa vida física." - Francisco Cândido Xavier


O Livro dos Espíritos,
 que é a "espinha dorsal" do Espiritismo, é composto de mil e dezenove perguntas feitas por Allan Kardec aos Espíritos Superiores.

Essa singular e magnífica obra veio a lume no dia 18/4/1857. Esta é, portanto, a data do advento do "Consolador” prometido por Jesus há dois milênios, (Jo., 14:16), vez que a Doutrina Espírita se encaixa perfeitamente no perfil desenhado pelo Mestre: faz-nos recordar o que Ele ensinou e ensina todas as coisas que a Seu tempo não puderam ser reveladas. (Jo., 14:26 e 16:12).

O Livro dos Espíritos nos explica com uma lógica contundente e insofismável a nossa origem, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos, bem como nos mostra a perfeita equanimidade das Leis de Deus que esparzem a Justiça Divina - distributiva - dando "a cada um segundo as suas obras". (Mt., 16:27).

O LIVRO DOS ESPÍRITOS está dividido em quatro partes que, por sua vez, deram origem a outros quatro livros: A Gênese, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo e O Céu e o Inferno.

A GÊNESE - disserta sobre o início do mundo, mostra o verdadeiro caráter da Revelação Espírita, afirmando de maneira clara e objetiva que o Espiritismo traz Jesus de volta em Espírito e Verdade.

O LIVRO DOS MÉDIUNS - Desvela o Mundo Espiritual (de onde viemos e para onde voltaremos), bem como ensina as técnicas de comunicabilidade entre os dois planos da Vida: A Terra e o Mundo Espírita.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - esmiúça as Leis Morais, explicando o Evangelho de Jesus em essência, sem os prejuízos da "letra que mata", realçando, portanto, "o Espírito que vivifica". Alija, impiedosamente, as interpolações ali contidas, que visaram aos interesses subalternos dos ecônomos infiéis da Idade Média e que, até hoje, prejudicam muitas criaturas, ocultando-lhes ou desfigurando-lhes as Verdades reveladas pelo Cristo, entre elas a insofismável realidade da Reencarnação.

O CÉU E O INFERNO - fala das esperanças e consolações futuras, mostrando os mecanismos da Justiça Divina e os testemunhos de Espíritos das mais variadas classes e condições evolutivas sobre o que lhes aconteceu após a morte.

Esses cinco livros são as obras básicas do Espiritismo, que possui três aspectos distintos: Filosofia, Ciência e Religião... 

Parafraseando o nobre apóstolo Paulo, podemos afirmar: esses aspectos permanecem, porém, dos três, o mais excelente é o aspecto religioso, porque "religa" as criaturas a Deus. E esse aspecto está profunda e amplamente estudado no livro “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Na questão nº. 625 de "O Livro dos Espíritos", os Benfeitores Espirituais informam que o nosso "Modelo e Guia Mais Perfeito" é Jesus.

Perfeitamente sintonizado com Jesus e Kardec, Chico Xavier declarou: "respeito os estudos sobre o Apocalipse, mas não tenho largueza de pensamento para interpretá-lo como o fazem e situam determinados técnicos. Mas, acima do próprio Apocalipse, eu creio na Bondade Eterna do Criador que nos insuflou de vida Imortal. Então, acima de todos os Apocalipses, eu creio em Deus e na Imortalidade da Alma, e essas duas realidades preponderarão em qualquer tempo. Dentro da visão espírita, Céu, Inferno e Purgatório começam dentro de nós mesmos. A alegria do bem praticado é o alicerce do Céu. A má intenção já é um piso para o purgatório e o mal devidamente efetuado, positivado, já é o remorso que é o princípio do inferno.

Aprendi desde muito cedo a venerar Nosso Senhor Jesus Cristo, na fé que minha mãe me transmitiu desde os dois anos de idade. Um dia, tendo perguntado a ela como orientar minhas preces, minha mãe ensinou-me a considerar Jesus como Nosso Senhor e Mestre. Nos rodopios do tempo, eu fui compreendendo que Jesus é realmente o Guia Espiritual da humanidade, perante Deus, a quem nós chamamos, segundo o ensinamento d`Ele mesmo, de Pai Nosso que está nos Céus.

Tenho aprendido com os Benfeitores Espirituais que a paz é doação que podemos oferecer aos outros sem tê-la para nós mesmos.  Isto é, será sempre importante renunciar, de boa vontade, as vantagens que nos favoreceriam, em favor daqueles que nos cercam. Em razão disso, seríamos todos nós os artífices da paz, começando a garanti-la por dentro de nossas próprias casas e dos grupos sociais a que pertençamos.

Precisamos desalojar o ódio, a inveja, o ciúme, a discórdia de nós mesmos, para que possamos chegar a uma solução em matéria de paz, de modo a sentirmos que "os tempos são chegados" para a felicidade humana.

Creio que a importância do Evangelho de Jesus em nossa evolução espiritual é semelhante à importância do Sol na sustentação de nossa vida física”.

OBRAS PÓSTUMAS – livro extraordinário, em nada diminui o seu valor o fato de não fazer parte do “pentateuco kardequiano”. Embora não seja um livro básico, foi totalmente escrito por Kardec e lançado a lume mais de vinte anos depois de seu decesso corporal. São anotações importantes deixadas pelo Codificador, devidamente enfeixadas neste livro. Ali podemos observar que o Espiritismo, com efeito, nos mostra o porvir sob um novo aspecto mais ao nosso alcance, fazendo-nos compreender que a felicidade está mais perto de nós, está ao nosso lado. Revela a incessante interdependência do mundo espiritual com o mundo corporal, que se acotovelam mutuamente, e que existe incessante solidariedade entre todos os mundos do Universo, enfim, entre o Céu e a Terra. Com sua leitura compreendemos que a felicidade imarcescível consiste no mútuo amor de todas as criaturas que lograram atingir o ápice do aperfeiçoamento, felicidade essa dinamizada pela constante atividade no Bem com Jesus, cujo fanal é instruir e conduzir àquela mesma perfeição todos os Espíritos que ainda se encontram nos patamares menos elevados da escala evolutiva. Ensina que o inferno está no coração do culpado que encontra o castigo nos seus próprios remorsos, mas com a consoladora certeza de que tal situação não é eterna, durando tão somente o tempo que durarem os equívocos e suas devidas reparações, abrindo assim o caminho da esperança, sublime consolo dos desgraçados.

Evangelho, Espiritismo, Evolução, tal a equação da vida sem incógnita possível.  


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita