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por Juan Carlos Orozco

 

Em nome de Jesus, levanta-te e anda


Jesus em diversas passagens, diante de multidões e dos deserdados da Terra, utilizava certas expressões para estimular o ânimo dos caídos a se reerguer e andar.

Em muitas delas, as palavras de ordem indicavam para a alma aflita tomar uma atitude construtiva e ativa na direção da libertação do mal, para o rompimento das algemas da inércia, da acomodação e do desinteresse, as quais nos mantêm cativos dos sofrimentos.

Mais do que uma simples ordem, o Mestre esperava a nossa atitude correspondente para se alcançar o bem almejado, até mesmo a cura.

Em Atos dos Apóstolos, 3: 1-12, há o episódio no qual Pedro e João subiam ao Templo para orar, quando foi levado a eles um coxo que se colocava como pedinte na porta daquele lugar sagrado.

Vendo Pedro e João, o coxo pediu-lhes uma esmola.

Os Apóstolos falaram ao necessitado para que ele olhasse nos seus olhos. Magnetizados pelo olhar, Pedro disse: “não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo seus pés e tornozelos se firmaram. E saltando, ele pôs-se em pé, andou e entrou com eles no Templo andando, saltando e louvando a Deus” (Atos, 3: 8).

Nessa passagem, Pedro disse ao coxo que não trazia bens materiais, mas o que ele tinha podia dar. Em nome de Jesus, Pedro dá o comando ao coxo para levantar-se e andar. E o coxo se levanta e anda.

Na verdade, o que o coxo mais necessitava não eram os bens materiais, mas sim os bens espirituais para se levantar e andar. Muitas vezes, estamos presos aos bens materiais, mas o que liberta é a luz divina que ilumina o ser dentro do seu íntimo.

Pedro estendeu a sua mão auxiliando o coxo a levantar-se e andar, libertando-o das amarras da vida para começar a caminhar.

A expressão “levanta-te” está carregada de grande magnetismo e determinação, pois, a partir deste momento, o Espírito deve mudar de atitude, colocando-se à disposição do trabalho e do esforço próprio, sem esquecer que carregamos os reflexos das experiências passadas. Pela lei de causa e efeito, conectam-se passado, presente e futuro.

Para a cura, o necessitado tem que sair do estado de inércia em que se encontra, levantando-se para a vida e prosseguindo a sua caminhada evolutiva. Buscando primeiro o reino de Deus, o resto será acrescentado, porquanto a alma se levanta e fortalece, elevando os sentimentos de amor e aumentando a fé e a confiança no Pai.

O imperativo “em nome de Jesus, levanta-te e anda” tem que atuar no íntimo de cada ser, penetrando diretamente na raiz do mal, para reerguer os caídos, físico e espiritualmente, colocando-os no caminho do franco restabelecimento favorável à concretização da cura. Sob o influxo da personalidade firme e amorosa de Jesus, os caídos prontamente atendem a sua instrução: levantam-se e andam.

Assim, é preciso libertar-se das ilusões terrestres para se reerguer no serviço da redenção, mediante o trabalho edificante na prática do bem, que levanta as consciências e os corações, não somente no socorro das necessidades terrenas, como também na solução integral dos problemas da vida eterna.

Cristo espera que adotemos uma postura de levantar, a exemplo do Sol, que nasce todos os dias afastando a escuridão da noite. Reparando o tempo perdido, façamos brilhar a nossa luz para a vida, aproveitando a experiência do passado para construir um novo futuro. Em nome de Jesus, levanta-te e anda!

 

Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

MOURA, Marta Antunes de Oliveira de (Organizadora). Estudo aprofundado da doutrina espírita: Ensinos e parábolas de Jesus – Parte I. Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.


 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita