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por Jane Martins Vilela

 

Solidariedade crescente


Estamos todos entrelaçados numa corrente de energia que é puro amor. O que afeta um irmão distante tem consequências ao longe. Devagar, o ser humano vai compreendendo que estamos numa imensa teia, unidos por laços que devem ser de amor e misericórdia. Vagarosamente o amor vai crescendo e as orientações do Cristo com respeito ao amor ao próximo vão-se evidenciando nos corações.

Há pessoas boas por toda a parte e suas vidas são exemplos.

Há pouco tempo escutamos de uma auxiliar de saúde sua história simples. Uma pessoa muito boa, que enfrentou inúmeras dificuldades para alcançar a realização de seus sonhos. Casou-se muito jovem. Seu marido tinha um sítio. Amava a terra, plantar, cuidar, mas sonhava igualmente poder estudar. Seu marido não soube administrar e perdeu todos os bens. Ela tinha filhos pequenos. Viu seu marido viciar-se em bebida alcoólica e lutou muito para ajudá-lo. Jamais perdeu sua fé. Orava todos os dias. Cuidava dos filhos pequenos. Ajudava o marido. Foi uma época de muito sofrimento, disse-nos ela, com os olhos marejados de lágrimas. Mas não perdeu a fé. Persistiu com esforço, exemplo e trabalho. Educou seus filhos. Quando todos estavam com a vida definida, casados, trabalhando, e seu marido finalmente bem, ela se sentiu livre para realizar seu sonho: estudar. Fez supletivo. Recuperou o que não tinha conseguido antes. Fez curso de auxiliar de enfermagem e passou nos cinco concursos em que se inscreveu. Pôde escolher qual queria. Começou a trabalhar tarde, já perto dos cinquenta anos. É uma pessoa que tem um amor ao próximo bem visível. Atende todos com imenso amor.

Como essa senhora, já vimos muitas vidas assim. Mulheres que cuidaram dos filhos, dos maridos, até que finalmente puderam realizar seus sonhos. Estudar e trabalhar, dedicar a vida a uma causa humanitária, fazer o bem.

Há uma frase de Allan Kardec, na Revista Espírita de 1863, que diz, em se reportando ao Espiritismo, que nós trabalhamos para dar fé aos que em nada creem; para espalhar uma crença que os torna melhores uns para com os outros, que lhes ensina a perdoar aos inimigos, a se olharem como irmãos, sem distinção de raça, casta, seita, cor, opinião política ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o verdadeiro sentimento de caridade, de fraternidade e deveres sociais.

O Espiritismo é de fato o Cristianismo em sua mais pura essência. Cabe aos espíritas enxergar isso e se tornarem verdadeiros cristãos, movidos por esse desejo de melhorar seu mundo íntimo e ao seu redor.

Sabemos que o futuro das religiões é a religião do Cristo. O Cristianismo vai imperar na Terra do futuro, com todo o amor que Jesus ensinou aos homens.

A história que contamos dessa auxiliar de saúde é uma entre milhares de histórias que podemos presenciar e nos faz observar que o futuro de amor está próximo e que as pessoas, um dia, vão se respeitar integralmente, baseadas nos ensinamentos de Jesus e não em leis proibitivas. O mundo de amor vai imperar no planeta.

As dores estão se avolumando por toda a parte e, sob as lágrimas, mãos operosas no bem se estendem e auxiliam. As pessoas se unem, tentando diminuir as dores avassaladoras. Vozes se levantam a favor do próximo. Mãos fraternas se estendem. O bem cresce incessantemente. O amor um dia vai vencer sim, no planeta. Casos como o da auxiliar que citamos são mais comuns do que pensamos. Movidos pelo ideal de amor, milhares de seres anônimos se levantam pelo bem, em toda a parte, não importa qual seja sua religião, ou até mesmo sem religião, apenas o desejo crescente da fraternidade.

Estamos esperançosos. O mundo está cada vez mais solidário e o amor há de imperar um dia. Até lá, como espíritas, sejamos sinceros trabalhadores do Cristo e melhoremos a nós mesmos, fazendo o bem que pudermos para reduzir as dores de nossos irmãos.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita