Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Adoecera um dos irmãos do grupo. Reumatismo complicado e renitente. Um amigo ensinou a aplicação de uma erva que somente se desenvolve em cavernas do subsolo. Chico e José Xavier, tendo por acompanhante um belo cão que lhes pertencia, de nome Lorde, vão a uma grande lapa, das muitas que existem nas cercanias de Pedro Leopoldo; em caminho começam a conversar.

Falavam a respeito de certos amigos e comentavam:

— Beltrano não serve.

— Fulano é muito esquisito.

— Sicrano é imprestável.

Quando as críticas iam inflamadas, o Espírito de Dona Maria João de Deus aparece ao Chico e aconselha:

— Vocês não devem falar mal de ninguém. Todos necessitamos uns dos outros. Julgar pelas aparências é péssimo hábito. Sempre chega um momento na vida em que precisamos de amparo de criaturas que supomos desprezíveis.

O médium transmitiu ao irmão quanto ouvira e calaram-se ambos. Chegaram à caverna e José, segurando Lorde por uma corda, desceu à frente. Depois de longa busca, encontraram a erva medicinal. Contudo, quando se voltavam para o retorno, perderam a noção do caminho sob as grandes abóbadas de pedra. De vela acesa, procuraram debalde a saída. Gritaram, mas receberam o eco da própria voz. Quando a luz se mostrava quase extinta, recordaram-se da prece. Oraram. Dona Maria João de Deus apareceu ao médium e considerou:

— Temos agora a prática do ensinamento a que nos reportamos na estrada. Vocês podem saber muita coisa, mas agora precisam do cão. Soltem o Lorde e sigam-lhe os passos. Ele sabe o caminho da volta. Assim fizeram. E acompanhando o animal, venceram o labirinto em alguns minutos.

Lá fora, à luz do dia, entreolharam-se surpresos, meditaram na lição recebida e renderam graças a Deus.

 

Do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama.



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita