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por Lillian Rosendo

 

Estamos assimilando a Boa Nova?

 

Desde bebê, quando algo queríamos

Era só o mais alto berreiro prantear.

Na infância e adolescência a explorar

Continuamente aprendendo, muitas vezes

Nem percebendo, o que de relevante agregar.

Na vida adulta, situações de amargar; com o trabalho,

Com a família e com o bolso, os boletos a pagar.

E nos assuntos do amor, equívocos variam ao infinito

Mas há um guia disponível a toda prova, é a Boa Nova, é infalível.

O que aprendo com o evangelho de Jesus

Não deveria teorizar e sim o mais importante e essencial:

Que é, em meus atos, praticar.


Distrações e o comércio das notícias infelizes em tempos onde a informação nos chega através da mídia televisiva, da internet, mesmo sem a buscarmos, muitas dessas informações são fúteis, desnecessárias, diria até prejudiciais. E fica uma pergunta: é para ficar alheio ao que acontece no mundo?

Eu reporto à assertiva de Paulo que escreveu: Tudo me é licito, mas nem tudo me convém.

Imagine um dia inteiro de imagens e informações sobre ações infelizes de todo o tipo, o que isso pode acarretar para a economia de nossa saúde mental? A mídia demanda o que nos compraz em assistir. São escolhas.

Escolher e em tempos de especulações, fake news e polêmicas, haverá sempre a possibilidade de escolhermos que tipo de notícias que agregam valor ao conhecimento e à sua manutenção sobre o que ocorre no Mundo.

Jesus nos ensinou muito através dos sermões, das parábolas, e principalmente através de seus atos. E no livro de Tiago, nós temos uma ideia do que precisamos fazer com esses ensinamentos:

“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”.

Se faz necessário ouvir e aprender o que traz relevância para a construção e/ ou manutenção de valores, então levanto a questão, somos ouvintes ou praticantes? Ou os dois, ou nenhum dos dois?

Antes de praticar se faz necessário ouvir, aprender. Recordemos da sala de aula aquela disciplina tediosa, mesmo assim houve um esforço para tirar a nota mínima para não reprovar.

Algumas disciplinas, como paciência, tolerância, indulgência, cortesia, ética, respeito, perdão, doçura, bom humor, são aprendidas. Algumas temos facilidade, outras são bem complicadas.

E o que cabe a nós sobre a boa nova sobre Deus é termos uma compreensão amena e clara dentro das nossas possibilidades.

Amena, porque é agradável, a compreensão é gradual, sem culpas, e há uma compreensão da imperfectibilidade.

E clara porque se refere a fé, ter fé em algo que não se conhece, que não está claro, esse é o grande lance.

Jesus nos deu muito material para aprendermos, mas existe um em especial que de tanto repetir nós aprendemos, a questão é: apreendemos? Esse material está registrado no Evangelho de Mateus, quando o Cristo nos ensina a prece do Pai Nosso. Meditemos. Jesus ensinara para que apenas saísse dos lábios a oração, ou que a praticássemos?

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, os Espíritos se referem à oração do Pai Nosso como o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade.

Qual a importância de ouvir, guardar e refletir sobre o evangelho?

Evoluir sempre é a lei do Progresso. Não existem fórmulas prontas para sermos melhores que ontem. Porém, a reflexão sobre a moral que realizamos todos os dias nos levará a saber a verdade sobre quem somos.

Aprender sobre si mesmo e ser imparcial quer dizer, diante de todo pensamento, sentimento e ato, refletir diante do que já se tem consciência e escolher de acordo com as elucidações evangélicas sem esquecer, e não por isso, agir, por causa da tão grande nuvem de testemunhas.

Para ser uma pessoa moralmente esforçada, que entende e segue o evangelho, é preciso ser uma pessoa muito estudada, de muita cultura, versada, ou detenha títulos acadêmicos?

Recorremos a O Livro dos Espíritos:

O progresso moral segue sempre o progresso intelectual?

   — É a sua consequência, mas não o segue sempre imediatamente.

 a) como o progresso intelectual pode conduzir ao progresso moral?

    — Dando a compreensão do bem e do mal, pois então o homem pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio segue-se ao desenvolvimento da inteligência e aumenta a responsabilidade do homem pelos seus atos.

Quanto mais se entende sobre as escolhas, as que coadunam com as leis divinas e as que ferem, mais se é responsável, e as distrações são inúmeras de todos os tipos, atrativos, gostos e tendências, por isso o esforço em vencer o que possa dar espaço às distrações e ter a responsabilidade de se assumir como é, se burilar com autoamor e coragem, contando com a oportunidade de servir, é ser um movimento da Boa Nova.

Jesus disse: a quem muito foi dado, muito será cobrado. Assimilar o seu evangelho, não querer teorizar e tomar a diretriz mais importante e essencial, que é nos atos, praticar.

Precisamos urgente aplicar o que aprendemos, precisamos crescer. É o que nos chama a reflexão de Paulo, “Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino”.

 

Referências bibliográficas:

BÍBLIA, N. T. 1 Coríntios, Paulo. Cap. 6:12. 

BÍBLIA, N. T. Tiago. Cap.1:22.

BÍBLIA, N. T. Mateus. cap. 6:9-13.

Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Matheus Rodrigues de Camargo. 1° edição. 40° reimpresso. Capivari. São Paulo. Editora EME. 2000. Capítulo 28. It. 3.

Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 175° edição. Araras. São Paulo. Editora IDE. Cap. 8. 3ª Parte, Leis Morais, Q. 780.

BÍBLIA, N. T. Lucas 12:48.

BÍBLIA, N. T. 1 Coríntios, Paulo. Cap.13:11.



 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita