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por Altamirando Carneiro

 

O caminho do entendimento

 

O ensinamento é claro. Duro é entender


Disse-lhes ele: Ó tolos e lentos de coração para crer em todas as coisas que falaram os profetas! 
(Lucas, 24:25)

 

Caminhando pela estrada de Emaús, os discípulos conversavam com o Mestre; mesmo assim, tiveram dificuldade em identificá-lo com a razão, mas era como se o coração se lhes queimasse no peito quando Jesus lhes explicava as passagens das Escrituras Sagradas que Dele falavam.

Caminhamos rumo a um entendimento maior da vontade de Deus, nas muitas coisas que ouvimos falar. Embora calem fundo em nosso coração, são difíceis de serem aceitas de imediato, ainda que, se o fossem, se transformariam em um bálsamo para o nosso íntimo.

Achamos que a morte é uma coisa inadiável e por isso sofremos quando nos deparamos com ela, a entendermos como se fosse uma porta que se fechasse à nossa frente, fazendo uma barreira intransponível entre nós e o nosso ente querido que se foi, tornando irremediável a situação. Mais do que a ausência, a sensação de que talvez não mais o encontremos faz com que a saudade e a dor aumentem.

Entretanto, ouçamos o Mestre: Por que vocês demoram a crer? Em outras palavras: Se Eu tivesse efetivamente sido morto na forma que creem, como poderia estar aqui falando com vocês? 

Definitivamente, devemos aceitar nossa eternidade. Somos seres indestrutíveis em evolução permanente, rumo à Sabedoria e ao Amor universais. À nossa frente se descerra, não a morte nem a separação, mas a Luz e a união permanente com os nossos e com todos os demais seres que compõem a Criação Divina.

Sabendo-nos eternos e que evoluímos para a perfeição, fácil nos será compreender a responsabilidade para conosco mesmo e para com os outros e ao mesmo tempo avaliar o teor das nossas ações, se elas são orientadas para o amor e se geram harmonia. A consciência nos indicará quando estivermos falhando e nos pedirá que passemos pela mesma situação, a fim de ficarmos em paz conosco mesmos.

Ao abrirmos a mente a estas verdades, passamos a valorizar mais os ensinamentos de Jesus que, mostrando a eternidade da vida, o valor do perdão e do amor, permite-nos corrigir a nossa conduta.

Ao entendermos a inexistência da separação, ficamos alegres por sabermos que os que conosco conviveram continuam ao nosso lado e nos tornamos cautelosos em fazer inimizades, pois, pela mesma razão, também compreendemos que os inimigos não se separam de nós.


  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita