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por Rogério Miguez

Quando o escândalo chegar


A Terra caminha lentamente rumo a melhores condições, conforme a inexorável Lei do Progresso, alcançando tanto o princípio material, quanto o princípio espiritual, o Espírito.

Em relação ao espiritual, quanto há ainda a percorrer, na marcha ascensional necessária e impostergável sob o impulso do determinismo da evolução, muito a conquistar, entender, visando melhor servir na obra divina.

Contudo, enquanto não alcançamos patamares superiores quando não mais transgrediremos as leis divinas, ou seja, não pecaremos mais, retardando consequentemente este avanço, somos e estamos sujeitos a percalços e dificuldades; naturais, surgidos das próprias condições da vida, bem como provocados, estes últimos mais preocupantes.

É fato, ainda somos muito vacilantes e inseguros, criando, em função destas indecisões adicionais, problemas além daqueles naturalmente surgidos e previstos no desenrolar da existência.

Ainda seremos motivo de escândalos e, quando estes acontecem, nos comunicam muita apreensão, ansiedade, angústia e mesmo arrependimento àqueles que possuem alguma consciência do que fazem, sendo assim, estejamos preparados para bem suportar estes amargos frutos não previstos na árvore de nossa vida, nascidos de decisões e atos equivocados distanciados dos princípios divinos.

“Ai do mundo por causa dos escândalos: pois é necessário que venham escândalos; mas ai do homem por quem o escândalo vem.” (Mateus 18:7), disse Jesus, e quais seriam as atitudes recomendadas diante de um escândalo?

1. Colaborar na edificação do bem e da verdade, em favor de nós mesmos;

2. Colocar as mãos no serviço de preferência em direção aos menos felizes;

3. Dedicar-se a estudos e meditações recordando e fortalecendo o entendimento das regras divinas;

4. Servir, sem questionar, àqueles apresentando-se necessitados;

5. Não se afastar da casa espírita onde frequentamos ou mesmo militamos, sozinhos poderemos não encontrar forças renovadoras para sair da situação criada por nós mesmos;

6. Buscar o atendimento fraterno para conversar sobre a situação buscando uma visão diversa daquela formada sobre o fato; sozinhos temos uma percepção do acontecido, juntos poderemos ajuizar melhor;

7. Refazer o passo buscando continuamente o anjo guardião pelo pensamento, mantendo sintonia com o Espírito protetor para não só ajudar a minimizar a ação de obsessores que certamente estarão atentos ao momento e tudo farão para aumentar a nossa dor; bem como para melhor perceber as intuições e sugestões mentais que ele fará e sempre fez;

8. Jamais cogitar sobre a falsa solução do suicídio. Não resolveremos a questão, complicaremos mais ainda e certamente cometeremos o maior “pecado” contra o Criador, a abreviação da própria vida: toda questão não resolvida retorna complicada;

9. Orar, orar e orar..., sinceramente rogando forças novas ao Criador, nosso Pai que não nos desampara jamais.

Observemos a natureza: ela expressa em suas diversas fases do ano algo semelhante à rotina das nossas vidas, ou seja, há o verão, outono, inverno e finalmente a primavera. Normalmente o inverno não é muito apreciado, pois o frio intenso provoca desconforto e representa, fazendo um paralelo nesta singela análise, o período no qual o Espírito vive as indefinições provocadas pelo escândalo cometido.

Não deixemos envolver-nos pelo frio inverno da incerteza e da tristeza; a primavera sempre retornará, colorindo de flores mais uma vez os caminhos de nossa existência, nos convocando a seguir em frente, resolutos, hoje e sempre.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita