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por Ricardo Orestes Forni

 

Cirurgia plástica


A cirurgia plástica se divide em reparadora e cirurgia estética. A chamada de reparadora, como o nome está a dizer, ocorre quando visa reparar um dano no corpo ocasionado por algum tipo de acidente ou fator externo que venha a agredir a parte material e também emocional de uma pessoa.

Para exemplificarmos, suponhamos que alguém sofra uma queimadura em alguma região do seu corpo e essa região atingida necessite de uma reparação através de uma cirurgia plástica. Para ficar mais bem explicado, imaginemos que a queimadura venha provocar cicatrizes que deformem alguma parte do organismo que possa ser reparado – cirurgia reparadora – através de uma cirurgia.

A cirurgia plástica com a finalidade estética já é diferente. A pessoa sente-se mal com alguma parte do corpo que não sofreu nenhuma agressão externa prévia, mas incomoda muito a autoestima de alguém.

Existe quem não goste do formato do nariz, que é muito grande, ou adunco (curvo), ou tem um osso saliente em seu dorso. Essas pessoas vão se submeter à rinoplastia, que é a cirurgia plástica com finalidade estética. Argumentam que essa insatisfação com essa parte do corpo afeta o lado emocional da pessoa, o que devemos respeitar.

Outros não gostam (homens ou mulheres), não se sentem bem com o volume da região abdominal e se submetem à cirurgia denominada abdominoplastia, onde esse volume é reduzido por técnicas adequadas.

Nessa lista aparecem aquelas pessoas que se incomodam com a gordura nos braços, nas coxas, na região do quadril (culotes) e procuram por uma lipoaspiração, que remove a gordura dessas regiões.

No quadro das cirurgias plásticas estéticas existem ainda as próteses de glúteos ou de panturrilha (“barriga” da perna) onde são colocadas peças que aumentam o volume dessas regiões.

Como o assunto não é discutir sobre cirurgia propriamente dita, a intenção desta introdução é lembrar-nos como seria muito bem-vindo se também nos incomodássemos com as imperfeições morais de que ainda somos portadores e procurássemos corrigi-las, por serem motivo de nos tirar a tranquilidade.

Lembra Emmanuel que devemos cuidar do corpo como se ele fosse eterno e do Espírito como se fôssemos desencarnar amanhã.

Já imaginaram a urgência das “cirurgias” da alma diante dessa realidade do Mentor?

Irmão José no livro Com Cinco Pães E Dois Peixes, psicografia de Baccelli, assim comenta na lição de número 40: Esmera-te em conhecer mais as tuas deficiências que as tuas virtudes. Não te iludas com algumas poucas qualidades que possuas. Em ti, há muito mais a ser feito do que já fizeste. Concentra-te em vencer as inclinações infelizes, que, sem dificuldade, identificas em ti. Toda criatura já se conhece o suficiente para saber que precisa melhorar.

Se assim procedêssemos, quantas “cirurgias” na alma necessitariam ser providenciadas!

Aquele que reconhecesse a pouca capacidade de perdoar e se sentisse incomodado com essa imperfeição, procuraria aperfeiçoar a capacidade de compreender melhor seus agressores.

Se aquele que reconhecesse que é avarento e isso fosse motivo de grande preocupação, procuraria doar-se mais, por se sentir incomodado com a sovinice, lamentável defeito do ser!

Se aquele que reconhecesse, na sua indiferença para com a dor dos seus semelhantes, causa para importuná-lo intimamente, buscaria sentir melhor a dor alheia e providenciaria o socorro necessário.

Se os que buscam, movidos pelo orgulho, as situações de destaque no mundo despertassem para a brevidade dos valores da Terra, despertariam também para a necessidade de maior desapego dos bens terrenos, e providenciariam a devida “cirurgia” na alma para remover essa imperfeição.

Em resumo, se corrigimos com a cirurgia plástica os problemas do corpo que, mesmo embelezado, caminha para a morte, como seria bom se utilizássemos o “bisturi” do Evangelho para remover as imperfeições e recuperar a saúde do Espírito!


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita