Cartas

Ano 13 - N° 639 - 6 de Outubro de 2019

De: Edison Maria de Oliveira (São Paulo, SP)

Quarta-feira, 2 de outubro de 2019 às 11:21:10

Assunto: Especial 446 - Análise do livro Reencarnação no Mundo Espiritual
Sobre sua citação de "Evolução em dois mundos", final do cap. 2, está bem claro que André Luiz está se referindo em renascimento no Plano Espiritual, e o vaso uterino é também no Plano Espiritual. Leia sem preconceito ou ideia preconcebida. Nesse ponto, concordo com o Dr. Inácio.

Edison Maria

 

Resposta do Editor:

A tese reencarnação no Mundo Espiritual, exposta em obras do médium Carlos A. Baccelli, que as atribui ao Espírito do ex-médico Inácio Ferreira, foi examinada nesta revista em várias oportunidades, como por exemplo no artigo “Reencarnação no Mundo Espiritual”, escrito por José Sola, publicado na edição 200 - leia aqui - e no texto “Análise do livro Reencarnação no Mundo Espiritual”, autoria de José Passini - clique aqui para acessar -, ao qual se refere o leitor.

Além dos artigos citados, examinamos o tema na seção O Espiritismo responde da edição 202 - clique neste link para ler - em que procuramos demonstrar os equívocos da tese defendida pelo autor do livro Reencarnação no Mundo Espiritual.

O leitor está equivocado na observação feita em sua mensagem, porque André Luiz não trata em sua obra de semelhante assunto.

Ademais, é importante lembrar que  na análise de qualquer informação vinda do Além, no âmbito do Espiritismo, é necessário, antes de tudo, examinar o que sobre o assunto existe nas obras de Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, não somente nos livros mas também na Revue Spirite, cuja leitura e consulta ele expressamente recomendou aos espiritistas.

Eis algumas informações extraídas do que Kardec publicou, para que os leitores saibam exatamente o motivo pelo qual os articulistas desta revista rejeitam de forma peremptória a tese atribuída ao dr. Inácio Ferreira (espírito):

1) Pergunta de Kardec a Sanson: “Os Espíritos não têm sexo; entretanto, como há poucos dias ainda éreis homem, tendes em vosso novo estado antes a natureza masculina do que a natureza feminina? Ocorre o mesmo com um Espírito que tivesse deixado seu corpo há muito tempo?” Resposta: “Não temos que ser de natureza masculina ou feminina: os Espíritos não se reproduzem. Deus os cria à sua vontade, e se, por seus objetivos maravilhosos, quis que os Espíritos se reencarnem sobre a Terra, deveu acrescentar a reprodução das espécies para macho e a fêmea. Mas o sentis, sem que seja necessária nenhuma explicação, os Espíritos não podem ter sexo.” (Revista Espírita, junho de 1862. Diálogo entre Kardec e o Espírito do Sr. Sanson em 2 de maio de 1862.)

2) “Sempre foi dito que os Espíritos não têm sexo; os sexos não são necessários senão para a reprodução dos corpos; porque os Espíritos não se reproduzem, os sexos seriam inúteis para eles. Nossa pergunta não tinha por objetivo constatar o fato, mas em razão da morte muito recente do Sr. Sanson, queríamos saber se lhe restava uma impressão de seu estado terrestre. Os Espíritos depurados se dão perfeitamente conta de sua natureza, mas, entre os Espíritos inferiores, não desmaterializados, há muitos deles que se creem ainda que estão sobre a Terra, e conservam as mesmas paixões e os mesmos desejos; aqueles se creem ainda homens ou mulheres, e eis por que há os que disseram que os Espíritos têm sexos. É assim que certas contradições provêm do estado mais ou menos avançado dos Espíritos que se comunicam; o erro não é dos Espíritos, mas daqueles que os interrogam e não se dão ao trabalho de aprofundarem as perguntas.” (Revista Espírita, junho de 1862. Nota de Kardec em 2 de maio de 1862.)

3) O Espiritismo ensina que as almas podem animar corpos de homens e mulheres. As almas ou Espíritos não têm sexo; as afeições que os unem nada têm de carnal; fundam-se numa simpatia real e, por isso, são mais duráveis. (Revista Espírita de 1866, págs. 2 e 3.)

4) Os sexos só existem no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais; mas os Espíritos não se reproduzem uns pelos outros, razão por que os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. (Revista Espírita de 1866, págs. 2 e 3.) [O negrito é de nossa autoria.]

Acresce, por fim, lembrar a informação dada por André Luiz na obra mencionada pelo leitor, segundo a qual ocorre no plano espiritual reprodução – embora limitada – somente das plantas, dada a sua configuração celular mais simples. Nela, André Luiz não faz referência nenhuma à reprodução de aves e outros animais e muito menos de seres humanos ou de Espíritos.

 

De: Aloma Martinez Burissi (São Bento do Sapucaí, SP)

Quinta-feira, 26 de setembro de 2019 às 16:05:35
O perispírito não se dissolve mesmo havendo evolução dos espíritos, como mentores? E se continua, como se apresenta? Ou qual a sua forma?

Aloma

 

Resposta do Editor:

O Espírito, em qualquer fase ou grau do processo evolutivo, está sempre revestido de um envoltório fluídico, também chamado de perispírito ou corpo espiritual. Em artigo publicado na Revista Espírita de 1864, Edicel, pp. 138 e 139, Kardec fez importante distinção entre alma – um ser simples, invisível, imponderável – e Espírito, um ser duplo, constituído por alma e perispírito. O pensamento de que os Espíritos Puros não possuem perispírito não passa, pois, de um equívoco que algumas pessoas repetem por ignorarem o que diz a questão 186 d´O Livro dos Espíritos, abaixo reproduzida:

186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito? “Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”

Corroborando a informação acima, Kardec diz-nos em O Livro dos Médiuns, item 55, que o Espírito, em qualquer grau em que se encontre, está sempre revestido de um invólucro ou perispírito, cuja natureza se eteriza à medida que ele se purifica e se eleva na hierarquia. O perispírito faz, então, parte integrante do Espírito, como o corpo faz parte integrante do homem.

No mesmo sentido é o pensamento expresso por Léon Denis no livro No Invisível (O Espiritismo experimental: III – O Espírito e a sua forma), em que afirma que em todo homem vive um Espírito, e por Espírito entende-se a alma revestida de seu envoltório fluídico, do qual é inseparável.

A forma adotada pelos Espíritos desencarnados é sempre a forma humana; pelo menos é o que Kardec anotou em sua obra.

 

De: Cleide Batista Fossa da Paz (São Sebastião, SP)

Sexta-feira, 27 de setembro de 2019 às 11:00:02
O anjo da guarda pode, durante a vida de uma pessoa, progredir espiritualmente e deixá-lo, tendo seu lugar substituído por outro?
Cleide

 

Resposta do Editor:

Não só na hipótese citada, o protetor espiritual de uma pessoa pode também ser substituído sempre que tenha de desempenhar outra tarefa que, por sua importância, justifique a substituição. 

 

De: João Gilberto S. da Silva

Domingo, 29 de setembro de 2019 às 20:06:03
Além dos instintos, certos animais têm lapsos de inteligência?
João Gilberto

 

Resposta do Editor:

Sim, os animais não agem apenas movidos pelo instinto. A experiência o comprova e é assim que o Espiritismo trata do assunto.

Em seu livro Evolução em dois Mundos, 2a Parte, cap. XVIII, pp. 211 e 212, André Luiz refere-se ao tema e diz que o cão, o macaco, o gato, o elefante, o muar e o cavalo seriam os animais superiores mais amplamente dotados de riqueza mental, como introdução ao pensamento contínuo. E esclarece que existem ideias-fragmentos de determinado sentido mais avançadas em certos animais que em outros, o que torna difícil afirmar qual, dentre eles, é o detentor de mais dilatadas ideias-fragmentos. 

 

De: Cassiana V. (Volta Redonda, RJ)

Terça-feira, 1º de outubro de 2019 às 08:09:25
Como entender a dinâmica da aristocracia intelecto-moral?

Cassiana

 

Resposta do Editor:

Quando examinou o tema aristocracia, Allan Kardec previu que surgiria no mundo uma sexta forma de aristocracia, como decorrência da própria evolução da Humanidade: a aristocracia intelecto-moral, em que, por definição, a inteligência e a moralidade se encontrariam presentes na autoridade e à qual todos poderiam submeter-se, confiados em suas luzes e em sua justiça. Vê-se, portanto, que é a evolução intelectual e moral da Humanidade que possibilitará que isso se verifique. Acreditamos, no entanto, que a previsão de Kardec ainda se encontra muito longe de se concretizar no mundo em que vivemos.

 

De: Darleine Rosa (Atibaia, SP)

Quarta-feira, 2 de outubro de 2019 às 14:56:40
Boa tarde.
Por que não consigo imprimir?
Gosto de ler os comentários, gostaria de imprimir para estudo e não consigo.
Obrigada

 

Resposta do Editor:

Imprimir qualquer matéria da revista é muito fácil. Selecionada a matéria, estando ela aberta no vídeo, basta clicar no lado direito do mouse e aparecerá na tela, entre outras, a opção “Imprimir”.

 

De: Simoni Privato (Montevidéu, Uruguai)

Quarta-feira, 2 de outubro de 2019 às 18:54

Assunto: A Gênese: qual é a edição definitiva?    

Neste vídeo, propomos uma reflexão, com base nos documentos oficiais franceses que obtivemos na pesquisa que fizemos pessoalmente nos Arquivos Nacionais da França, em Paris, sobre a edição definitiva da obra "A gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo", de Allan Kardec.

Para acessar, clique neste link
Agradecemos a todas as pessoas que estão participando deste estudo e divulgando os vídeos.

Muita paz, saúde e felicidade a todos.

Simoni Privato

 

De: Suely Pereira dos Anjos (Santos, SP)

Quarta-feira, 2 de outubro de 2019 às 15:47:26
Prezados amigos:
Tenho 75 anos, com mais de 40 anos trabalhando com passes. Trabalhei em vários centros onde todos têm por norma: primeiro, as orações dos passistas na câmera e em seguida os passistas dão passes entre si, para depois começarem os passes nos assistidos. O centro onde trabalho diz que não é necessário mais os passistas darem passes entre si. Não concordo com essa postura, pois julgo que os trabalhadores precisam sim da assistência dos amigos da espiritualidade para depois transferir suas energias aos assistidos. Ficaria muito grata se me enviassem resposta para este meu questionamento.
Muita grata.
Fiquem com Deus.

Suely

 

Resposta do Editor:

De fato, muitos centros espíritas adotavam essa prática e mesmo os chamados passes padronizados. Estudos mais recentes mostraram que a imposição das mãos – os chamados passes – no âmbito espírita não necessita, para sua eficácia, dos citados procedimentos. O médium que ministra os passes na Casa Espírita deve preparar-se adequadamente para a tarefa, mas não precisa que alguém lhe aplique passe nem antes, nem depois.

Fizeram ao médium José Raul Teixeira a seguinte pergunta: “Muitos que aplicam passes, logo após, sentam-se para recebê-los de outros a fim de se reabastecerem. Que pensar de tal prática?”

Raul assim respondeu: “Tal prática apenas indica o pouco entendimento que têm as pessoas com relação ao que fazem. Quando aplicamos passes, antes de atirarmos as energias sobre o paciente, nos movimentos ritmados das mãos, ficamos envolvidos por essas energias, por essas vibrações que nos chegam dos Amigos Espirituais envolvidos nessa atividade, o que indica que, antes de atendermos aos outros, somos nós, a princípio, beneficiados e auxiliados para que possamos auxiliar, por nossa vez. Tal prática incorre numa situação no mínimo estranha: o fato de que aquele que aplicar o passe por último estaria desfalcado, sem condições de ser atendido por outra pessoa”.

A resposta dada pelo estimado confrade integra o livro Diretrizes de Segurança, questão n. 80.

 

De: Cheila Lessa Rodrigues (Niterói, RJ)

Quarta-feira, 2 de outubro de 2019 às 16:05:28
Muito obrigada pelos excelentes artigos.

Cheila

 


 
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