Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

O lado fraco


Não apenas os médiuns.

Viste, muita vez, os melhores amigos iludidos na boa-fé.

Muitos que se acreditavam resguardados pelo dinheiro caíram em miserabilidade pela exaltação da própria cobiça.

Outros, que se supunham inacessíveis à tentação, desceram para as furnas do vício, arrastados pela fraqueza do sentimento.

Grandes inteligências, categorizadas por infalíveis, rolaram na lama, por se haverem levantado em pedestais de orgulho.

Criaturas que consideravas como sendo poemas de beleza sublime desfiguraram-se à pressa, mostrando máscaras de agonia, pelo abuso do prazer.

Pregadores do heroísmo social e doméstico acabaram no suicídio, escorregando na vaidade.

Nobres tarefeiros do progresso pararam a máquina da própria ação, em meio do caminho, corroídos pelo desânimo.

Ninguém existe, no mundo, invulnerável ao erro. Todos nós, encarnados e desencarnados, em aprimoramento na Terra, somos sujeitos à ilusão, através dos pontos frágeis que apresentemos na construção dos próprios valores para a vida maior.

Em várias circunstâncias, enganamo-nos, todos, em matéria de posse, em problemas de família, em questões de influência, em convites do sexo, em apelos a honrarias ou em assuntos que se referem à preservação de nosso conforto...

Se surpreendes, assim, o companheiro em posição de queda, ajuda-o a reerguer-se para o trabalho digno, sem perda de tempo em comentários inúteis.

Se a natureza da falta te parece tão grave que te sentes inclinado à condenação dele, entra no mundo de ti mesmo e pede a Deus te ilumine a alma.

E, através da oração, a bênção divina te fará perceber onde guardas também contigo a brecha triste do lado fraco.

 

Do livro Seara dos Médiuns, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita