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por Nubor Orlando Facure

 

A professora de Limeira


Vez por outra vêm-me consultar no Instituto do Cérebro antigas professoras carregando as marcas da idade no corpo, mas sustentando na mente lições que anos de experiência lhes permitiram acumular. Eu adoro explorar ali na nossa conversa o que elas têm de melhor.

De uma professora que fazia palestras no Centro Espírita, guardo uma lição que me marcou para sempre: "Ao ensinar é preciso muito cuidado para não perturbar a mente dos que nos ouvem".

Nessa semana atendi dona Doroty com 85 anos. Foi Professora, Diretora e Coordenadora de escolas públicas. Com a nossa conversa ela ia-me surpreendendo a cada relato.

Dirigia uma Associação de professores. Montou um grupo de idosas para ensinar artesanato. Criou uma instituição para autistas, onde atende 65 crianças. Atende semanalmente os trabalhos de um Centro Espírita fundado pela família há 40 anos.

Pedi permissão para fazer algumas perguntas pessoais fora da consulta: 

1 - Como a senhora acha que devia ser feita a reforma do ensino, considerando os problemas dos alunos de hoje que não largam do celular?

Ela disse: Eu começaria pela reforma dos professores.

2 - Considerando o método de alfabetização, qual a senhora consideraria o melhor, baseado em sua experiência pessoal? Resposta: Sempre procedi a uma alfabetização personalizada; assento com cada aluno e analiso como lidar com ele. Cada um tem suas necessidades e competência. Eu os vou testando e ajustando o melhor método. 

3 - A senhora lida com um grupo grande de autistas. É a favor da inclusão? Uma classe comum aceita bem o aluno especial? Resposta: Não é a classe que tem de ser preparada para receber esses alunos. É o professor.


Lição de casa:

O melhor livro que podemos ler está escrito no cérebro de quem sabe. Um filósofo já nos ensinou que quando não aprendemos com os erros do passado corremos o risco de repeti-los.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita