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por Edilene da S. L. Pimenta

 

Jesus e o tempo


Será que, vivendo nos dias atuais, Jesus usaria relógio, celular, computador? Enviaria e-mails ou mensagens pelo Whatsapp? Curtiria emojis e gifs? “Acenaria para” alguém no Messenger? Postaria selfies em seu perfil no face? Tiraria férias? Certamente, sim.

Quando o Senhor das estrelas andou sobre a Terra, viveu segundo as regras e costumes daquela época. Sendo assim, se estivesse fisicamente em nosso meio, viveria de acordo com nossos costumes, e continuaria sendo modelo e guia para nós e para as gerações futuras.

Ele usaria, então, um relógio para marcar o tempo exato da importância do olhar no olho do próximo. Atenderia ao celular para ouvir o depoimento de alguém que diz ter fé. Enviaria e-mails para marcar a próxima reunião com seus discípulos.

Suas mensagens do whatsapp seriam checadas antes de encaminhar a alguém. E muito provavelmente seria administrador de um grupo de doações. Que tal começar por doações de cadeiras para instituições voltadas ao bem?

Curtiria emojis e gifs que realmente elevassem o Espírito. Enviaria uma solicitação de amizade àqueles que desejam ser convidados à pratica da caridade. Postaria selfies abraçado aos que foram esquecidos pelos outros ou por si mesmos.

Jesus jamais diria que o tempo passa muito depressa, não porque Ele é o seu Senhor, mas porque Ele sabe valorizá-lo. Ele sabe que o período de nossa encarnação é o segundo de lição que a eternidade nos concede para o progresso.

Jesus nunca seria tomado pela rotina enfadonha. Sempre pronto a ensinar, faria do tempo seu aliado na edificação do próximo. Suas férias seriam repletas de novidades porque Ele sempre olharia a tudo e a todos com o olhar da primeira vez, esquecendo nossos erros do passado e vislumbrando todo potencial do bem que existe em cada um.

Para Jesus o tempo tem a dimensão exata da vida que precisamos ter.

A Gênese nos lembra que as leis da Natureza provocam no homem, espírito e matéria, a efervescência das modificações vindouras.

Quem de nós não sente a passagem do tempo? Para alguns o tempo é muito moroso, caminha vagarosamente. Para outros não há tempo suficiente.       

A percepção de tempo pode ser marcada pelo compasso da rotina que assola a vida de muitos, os que julgam que o tempo não passa, pois, a repetição e ausência de surpresas ou descobertas fazem o tempo tornar-se enfadonho, oferecendo-nos a ideia de prolongamento. Ao que Jesus nos ensina manter o olhar “da primeira vez”.

Para outros a tecnologia permite ao dia atual ser invadido pelo dia seguinte, antecipando os afazeres futuros, fazendo o dia se prolongar, estimulando a sensação de dias intermináveis. Para isso Jesus nos concede a lição da paciência e da resignação.

Joanna de Ângelis nos diz que “O ser humano necessita de silêncio mental, de espaço físico para a autoidentificação, para o autodescobrimento”.

Isso Jesus exemplificou vivendo. Andou pela Terra com roupas de harmonia, sandálias de paz e o perfume da humildade. Tinha o costume de conversar com suavidade. Visitar os amigos. Frequentou festas e ia aos templos, e, resguardando seu silêncio mental, nunca reclamou do calor ou da sede, da poeira ou das distâncias, da falta de conforto ou de bens.

Entregou à humanidade a lição da disciplina, do fazer hoje o que não se deve deixar para amanhã e, mais, sempre fez o seu melhor.

Hoje contamos com os estudos realizados pela física quântica para justificar a escassez do tempo. Que tal refletirmos sobre a agitação que a todos nós, encarnados e desencarnados, abarca de maneira absoluta e nos faz buscar respostas para catástrofes que assolam a humanidade?

Trazemos em nosso íntimo as lições do grande Mestre e aqueles que se mantiverem distantes das Leis Divinas têm, em si, latente, a certeza de que não mais habitarão este planeta e de alguma maneira querem expressar sua revolta.

O plano espiritual que nos cerca antecipa as transformações morais que estão destinadas à Terra, refletindo nesta a felicidade à qual está destinada. Felicidade pelo exercício do bem pelo bem, da fraternidade sem qualquer tipo de fronteiras, do reconhecimento de Deus como ser criador...

O tempo passa depressa para aqueles que, em seu íntimo, tomados pela força vigorosa da Lei do Progresso, percebem breve o espaço de tempo para realizar as transformações necessárias à sua própria evolução moral.

Existem aqueles que se agitam e se entregam ao borbulhar do mal e em desesperação não buscam se melhorar, mas, ao contrário, querem atrair a todos para seu infortunado atraso.

As lições de Jesus nos apontam uma certeza: a Terra será banhada pelo bem. Para a elevação do planeta faz-se necessário o ingresso de grupos de Espíritos mais elevados e devotados à melhoria íntima e coletiva. Eu quero fazer parte deste grupo. E você?

Outro dia, ouvi um orador espírita dar o seguinte depoimento: Dizia ele que muita gente em sua volta fala que “hoje, um ano passa em seis meses e, antigamente, um ano passava em um ano!”

Vamos aprender com Jesus e fazer com que nosso ano passe em um ano?

Então, comecemos agora a valorizar nossa existência. Não percamos mais tempo!


Bibliografia
:

1. KARDEC, Allan. A Gênese, cap. IV, item 11.

2. De ÂNGELIS, Joanna. Liberta-te do mal. Psicografado por Divaldo Franco.

3. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, cap. I, questões 614 a 618.

4. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, caps. 4 e 5.


Este artigo foi contemplado no concurso “A Doutrina Explica”, ocorrido em 2018, promovido na turma do Curso de Palestrantes Espíritas do Distrito Federal, na Federação Espírita do Distrito Federal (FEDF). A autora integra a equipe do Instituto Vida – Bezerra de Menezes.

 
 

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita