Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Infância e medos


Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina
. Cora Coralina


O medo é normal, todos nós o temos, faz parte de nossa existência.

O medo ativa os sinais de alerta em nosso corpo em face de situações perigosas e, por isso, já está na base da infância, basta observamos atentamente uma meninazinha de 6 anos, um ser humano que já diferencia realidade de fantasia, embora ainda bastante suscetível à larga imaginação. Essa meninazinha, por exemplo, pode ter medo de criaturas fantasiosas, chuva forte, ficar sozinha ou, ainda, teme que algo ruim aconteça com os pais.

O que os pais não devem fazer?

Nunca usar o medo da criança como recurso de autoridade, de poder sobre ela. Nunca deixar a criança sozinha em lugares escuros, nunca chamá-la de medrosa... De outro lado, superproteger a criança que tem medo não é opção sensata, mas que vai, sim, atrapalhar seu senso de direção e autonomia.

O que os pais podem fazer?

Conversar sobre os medos da criança com respeito e naturalidade. Falar a verdade sobre os medos reais, pois a mentira é incapaz de ajudar alguém a enfrentar seus temores, e todo ser humano, sem exceção, precisa construir noções dos perigos reais.

O ideal é o pai ou a mãe procurar ser empático, coerente, optando, por exemplo, por jogos e brincadeiras que ajudem o filho pequeno a enfrentar pouco a pouco a situação de medo. Se o medo é de dormir sozinho, por exemplo, os pais podem tornar este momento mais leve com histórias e preces antes de dormir.

No dia a dia, não esquecer: bons livros infantis sempre ajudam a criança a superar medos e inseguranças. Buscar apoio na literatura infantil para educar o filho em relação aos medos é sempre uma estratégia segura e enriquecedora, porque, no fim das contas, os medos fazem parte da vida.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita