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por Waldenir A. Cuin

 

O esforço máximo


“Será suficiente não se fazer o mal, para ser agradável a Deus e assegurar uma situação futura?  Não: é preciso fazer o bem, no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer.” (Questão 642, de “O Livro dos Espíritos” - Allan Kardec.)


O sonho de toda criatura humana é encontrar a paz e ser feliz, no entanto, acreditam muitas delas que, para isso, basta viver de contemplação e olhares voltados para Deus.

Sem dúvida que qualquer gesto de reconhecimento e gratidão para com a providência divina tem o seu valor, mas Jesus, conhecendo o coração do homem, ensinou que cada um receberá de acordo com suas próprias obras. Assim, não podemos olvidar a necessidade do esforço no trabalho para obtermos o mérito da recompensa, pois que as leis universais são de compensação, e Francisco de Assis há muito nos afirmou que é dando que se recebe.

Evidentemente, não fazer o mal já é um enorme avanço e conquista para todos nós, mas é pouco para a realização dos nossos sonhos; será preciso fazer o bem, no limite das nossas forças. Dessa forma, novamente nos deparamos com a observação dos ensinamentos espirituais nos conclamando ao esforço máximo.

Ainda informam os benfeitores da humanidade que seremos responsabilizados pelo mal que decorrer do bem que deixamos de fazer. Assim é preciso que entendamos que viver de braços cruzados, no contexto social em que mourejamos, não é um bom procedimento.

A cada dia surgem inúmeras oportunidades de socorrer, ajudar, compreender, servir, cooperar, para que o mundo em que vivemos possa ser melhor. Não basta que apontemos os problemas, que são muitos e preocupantes, mas importa que apresentemos soluções e trabalhemos para que elas se concretizem. Falar, discursar, reivindicar são atitudes atinentes ao cotidiano de cada um, mas, de forma alguma, podemos ficar esperando pelas soluções alheias; indispensável a nossa participação e a realização da parte que nos compete.

Chefes de família, aos milhares, seguem à procura de ocupação profissional que lhes garanta a sustentação de seus lares.

Criança abandonada vivendo na indiferença espera por mãos amigas que possam lhe apontar um rumo e um caminho digno, para que não resvale pelos escabrosos trilhos da delinquência.

Mães aflitas rogam por um pouco de alimento visando atender a fome dos filhos que choram na inanição.

Jovens aturdidos e desorientados caminham pela vida à beira do abismo dos tóxicos e da sexualidade sem equilíbrio.

Idosos sem lar clamam pelo carinho e atenção de quem possa lhes entender o abandono a que foram relegados.

Doentes sem recursos financeiros aguardam as providências de corações sensíveis que possam compreender seus dramas de dor.

Observadores atentos seguem os nossos passos para moldarem seus modos de vida.

Identificar os problemas e as dificuldades que afligem a sociedade é sumamente importante, mas imprescindível se torna a nossa ação vigorosa e determinada para a solução dos mesmos. Vale pouco falar, melhor será fazer.

Portanto, se desejamos a paz da nossa consciência, a base para tal conquista se forma no esforço máximo de fazer o bem no limite das nossas forças.

Reflitamos.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita