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por Jorge Hessen

 

As subversões morais de agora, até quando?


Os países lutam para ter ou manter o controle de matérias-primas, fontes de energia, terras, bacias fluviais, passagens marítimas e outros recursos ambientais básicos. Nessa luta, surgem conflitos que tendem a aumentar à medida que os recursos escasseiam e aumenta a competição por eles.

Na época de Kardec havia cerca de 1,5 bilhão de habitantes na Terra e estima-se que atingiremos, pelo menos, 11 bilhões daqui a três dezenas de anos.

A Fome já castiga mais de 1 bilhão de pessoas. Talvez a Terra produza sempre o necessário, se com o necessário souber o homem contentar-se. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é porque ele emprega no supérfluo o que poderia ser empregado no necessário.

A questão é que, em uma sociedade consumista, poucos se contentam com o necessário, por isso não há distinção entre consumismo e materialismo.

Podemos contribuir para o progresso destruindo o materialismo que é uma das chagas da sociedade. Mas, neste mundo contraditório, temos o cinismo de divulgar a paz produzindo as ogivas de guerra; ansiamos resolver os enigmas sociais intensificando a edificação das penitenciárias, bordéis e motéis.

Dezenove anos se passaram neste novo milênio, porém, o resultado da larga arena de lutas fratricidas do século XX ainda ecoa nos vagidos de cada criança que renasce. As atuais teorias sociais permanecem em sua trajetória equivocada, tangendo não raro a linha tenebrosa do extremismo.

É urgente que novas propostas teóricas interpretem a paz social em termos de valores mais transcendentes. Tais teses comprovarão a assertiva dos Espíritos e do Evangelho de que os bens materiais não trazem felicidade.

Tempos de combates sinistros. Desde os primeiros anos do século XX, a guerra se instalou com caráter permanente em quase todas as regiões do planeta. Os pactos de segurança da paz oriundos das convenções internacionais, após a I Guerra Mundial, não foram senão fenômenos da própria guerra que culminaram com o apogeu da II Guerra Mundial.

A Europa e o Oriente constituem ainda hoje um campo vasto de agressão e terrorismo. Onde se encontram os valores morais da sociedade contemporânea? Muitas religiões estão amordaçadas pelas injunções de ordem econômica e política.

Não desconsideramos, nessas reflexões, a rejeição que padecem os excluídos da sociedade, porquanto a ganância pelo dinheiro atinge patamares surrealistas. Estarrece-nos a avidez dos adolescentes pelo sexo, quase sempre remetidos aos pântanos da indigência moral.

Hoje em dia, as pessoas vacilam em sair às ruas, por causa dos assaltos e sequestros relâmpagos que têm ocorrido a todo o momento. São ocasiões de muita inquietude e de grande volubilidade emocional.

Ainda sofremos os ressaibos amargosos dos contrastes de uma suprema tecnologia no campo da informática, das telecomunicações, da genética, das viagens espaciais, dos supersônicos, dos raios laser, do mesmo modo em que ainda temos que coexistir com a febre amarela, a tuberculose, a aids, e com todos os tipos de droga (cocaína, heroína, skank, ecstasy, o crack, oxi etc.).

As revelações dos Espíritos descerão às almas, como rocio incorpóreo, expressando a paz e a luz de uma nova era. Cremos que abundantes mudanças são aguardadas e o Espiritismo iluminará os corações, reconstruindo a individualidade espiritual para o amanhã que se avizinha.

“Então, perguntar-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? - Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? - E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? - O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes.” (1)

 

Referência bibliográfica:

(1) Mateus 25:36-46.




 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita