Entrevista

por Lívia Prada Seneda

Doenças podem ser fatores que interferem na capacidade mediúnica

O pensamento acima expresso é do nosso entrevistado, dr. Décio Iandoli Jr.(foto), médico cirurgião e endoscopista, e professor universitário, muito conhecido no meio espírita como escritor, pesquisador e palestrante.

É autor, entre outros, dos livros “Fisiologia Transdimensional”, “Ser Médico e Ser Humano” e “A Reencarnação Como Lei Biológica”.

Colaborador do Centro Espírita Dona Maria Modesto Cravo e da Federação Espírita do Estado de Mato Grosso do Sul (FEEMS), na cidade de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, exerce atualmente os cargos de vice-presidente da Associação Médico-Espírita Internacional, diretor do Departamento Acadêmico da Associação Médico-Espírita do Brasil e presidente da Associação Médico-Espírita de Mato Grosso do Sul.

Na entrevista a seguir, ele tece considerações sobre o tema mediunidade e suas nuanças.

Que é mediunidade?

É a capacidade de perceber, em um grau qualquer, o plano espiritual.

Como se desenvolve a mediunidade?

A mediunidade é uma característica física, portanto está ligada à constituição da pessoa e a aspectos hereditários. Entretanto, como qualquer outra habilidade física, pode ser aperfeiçoada com a prática, com atenção às sensações e às percepções.

É preciso lembrar que, mesmo praticando, melhoramos o que temos, mas não criamos habilidades inexistentes nem chegaremos a desenvolver possibilidades muito distantes das que já temos.

Existem casos em que ocorrem eventos específicos com a eclosão inesperada de propriedades mediúnicas. Creio que esses casos são referentes a médiuns que ocultavam ou ignoravam suas percepções, até que um fato específico os coloca frente a frente com sua capacidade mediúnica, ficando muito difícil ignorá-la.

Existem pessoas mais aptas ao exercício da mediunidade?

Sim, como disse acima, existem aqueles que têm habilidades natas para perceber o plano espiritual. Contudo, o que se percebe depende do padrão de pensamento de cada médium e aí entra a questão moral com grande importância.

Quanto mais apurada a sensibilidade mediúnica, mais exposto está o médium às influências de inteligências desencarnadas; e a natureza dessas inteligências é sempre compatível com a evolução moral do médium.

No capítulo XVIII de O Livro dos Médiuns, na pergunta 221, os espíritos respondem que a prática da mediunidade pode causar fadiga. Como diferenciar as sensações físicas resultantes da mediunidade de sintomas que podem ser causados por uma doença?

Não existe uma maneira simples de se fazer isso, por isso é sempre necessário consultar um médico ao mesmo tempo em que se procura o tratamento espiritual diante de sinais e sintomas de doença.

Se o médium tem pensamentos recorrentes sobre um assunto, esse fluxo de pensamentos pode interferir na prática da mediunidade?

Sim, pois ele estabelece um padrão vibratório que atrairá espíritos que estão com os mesmos pensamentos.

É interessante lembrar que, muitas vezes, a indução desses pensamentos recorrentes é provocada pelos espíritos, nesse caso o conhecimento e o autocontrole do médium são importantes.  

Como uma função orgânica do corpo, a mediunidade depende do equilíbrio das funções corporais para ser bem praticada?

Sim, a doença física prejudica a economia orgânica do médium e pode ser agravada pela mediunidade, assim como doenças podem ser fatores que interferem na capacidade mediúnica.

Gostaria de fazer um comentário final?

Estamos entrando em um tempo importante para o conhecimento da mediunidade com o desenvolvimento de pesquisas científicas sérias que procuram entender as alterações e consequências da atividade mediúnica no corpo físico dos médiuns.

As AMEs (Associações Médico-Espíritas) de todo o Brasil têm participado de forma importante nessas pesquisas. Acho que teremos muitos esclarecimentos e descobertas nos próximos anos sobre esse tema.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita