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por Maria Margarida Moreira

 

Raios, ondas, médiuns e mentes


O pensamento é o princípio da comunhão universal. É o meio através do qual as humanidades do Espaço se comunicam entre si nas imensidades siderais. E o universo é a exteriorização do pensamento Divino, de cuja essência partilhamos em nossa condição de raios conscientes da eterna Sabedoria. Tudo está mergulhado na substância viva da mente de Deus, como os peixes e as plantas da água estão contidos no mesmo oceano.

Cada mundo possui um campo de tensão eletromagnética que lhe é própria, e cada alma se envolve no círculo de forças vivas que lhe transpiram do hálito mental na espera de criaturas a que se imana, em obediência às suas necessidades de ajuste ou crescimento para a imortalidade. Somos, pois, vastíssimo conjunto de inteligências sintonizadas no mesmo padrão vibratório de percepção integrando um todo.

Dependendo dos nossos semelhantes em nossa trajetória para a vanguarda evolutiva, agimos e reagimos uns sobre os outros através da energia mental em que nos renovamos constantemente, criando, alimentando e destruindo formas e situações, paisagens e coisas na estruturação dos nossos destinos. Do conjunto de nossas ideias resulta a nossa própria existência.

André Luiz, no livro Nos Domínios da Mediunidade, psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, ressalta que: “Em mediunidade não podemos esquecer o problema da sintonia. Atraímos os Espíritos que se afinam conosco tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá”.

Sabemos que a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos. Então, é imprescindível enriquecer o nosso pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós das esferas mais Altas, através dos gênios da Sabedoria e do Amor que supervisionam nossas experiências.

Allan Kardec expõe, em O Livro dos Médiuns, os diversos matizes de médiuns e mediunidades e a importância do ajuste da função mediúnica a uma personalidade evangelizada, a fim de que o processo se desenrole sob proteção da Espiritualidade Superior, resultando em oportunas lições para todos nós que nos arrastamos nessa jornada evolutiva. Porém, importa examinar a direção, o rumo para o qual está voltado o nosso equipamento mediúnico. O médium é o único responsável pela sintonia de sua aparelhagem.

Faz-se mister, assim, ajustarmos nossa sintonia psíquica às modulações do Evangelho de Jesus para adquirirmos o controle e direção segura para a nossa existência terrena. O que se destaca aqui é a necessidade do Cristo no coração e na consciência de cada um, para que não estejamos desorientados ao toque dos fenômenos. Dessa forma, se nos mantivermos inadvertidos a respeito do intercâmbio psíquico, sem o vigiar e orar, sofreremos o efeito daninho de muitas mentes em variadas faixas e ondas que nos buscam, roubando-nos vitalidade ou impondo-nos suas cargas, nem sempre saudáveis que nos submeterão.

Assim, cada médium com sua mente. Cada mente com seus raios, personalizando observações e interpretações. A cada um segundo suas obras.

Joanna de Ângelis, nobre mentora espiritual, nos esclarece que: “(...) a força dinâmica geradora e mantenedora do universo é o Divino Pensamento e quando pudermos utilizar dessa força com sabedoria e proveito, transformá-la-emos em uma alavanca tão poderosa que será fácil mover o mundo”.

 

Bibliografia:

FRANCO, P. Divaldo – Atitudes Renovadas – ditado pelo Espírito Joanna De Ângelis – 1ª edição – Salvador/BA/ Editora Livraria Espírita Alvorada – 2010.

COELHO, Rogério – Médiuns, Mediunidade e Reuniões Mediúnicas – 1ª edição – Salvador/BA/ Editora Alvorada – 2005.

XAVIER, C. Francisco – Seara dos Médiuns – ditado pelo Espírito Emmanuel – 20ª edição – Brasília/DF/ Editora FEB – 2015 – lição 38.

 



 

     
     

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