Brasil
por Paulo Salerno

Ano 13 - N° 619 - 19 de Maio de 2019

 

Divaldo Franco: “Não deixe o mal hospedar-se em seu coração”


No dia em que comemorou 92 anos, o estimado orador ministrou em Salvador (BA) um workshopsobre o tema “O Significado da Vida” 


Dois significativos momentos ocorreram na Mansão do Caminho em Salvador, Bahia. Um encontro doutrinário no Centro Espírita Caminho da Redenção e outro no Ginásio de Esporte da Instituição. No primeiro, no dia 4 de maio de 2019, no Cenáculo, Divaldo Franco recepcionou o público que lotava o ambiente, para falar sobre o amor e os períodos pelos quais passaria a Doutrina Espírita. O segundo, no dia 5, foi a realização de belíssimo e profícuo workshop sob o título “O Significado da Vida”.

Conferência pública

Com belíssimo preâmbulo musical, e estando lotado o auditório, Divaldo Franco, repetindo gesto habitual, circulou entre o público, cumprimentando os presentes.

Na véspera de completar 92 anos de idade, o orador apresentou-se jovial, exuberante. Dotado de alegria de viver, ele contagiou os circunstantes.

Após extenuante viagem doutrinária a Campo Grande (MS) e tendo chegado a Salvador às 17h30 do dia 4 de maio, Divaldo Franco já às 19h estava a postos para narrar que havia experimentado uma emoção muito especial. Quando se encontrava no aeroporto de Brasília, aguardando a conexão para a capital baiana, um Major do Exército Brasileiro se lhe acercou pedindo que orasse por ele e pela missão que a Nação Brasileira lhe havia confiado para realizar. Solicitava as orações para que a Missão de Paz, a ser desenvolvida no Haiti, fosse coroada de sucesso, pacificando o convívio dos haitianos, e que fosse capaz de levar a paz.

Já no aeroporto de Salvador a emoção se renovou impactante. Um Cabo da Polícia Militar da Bahia lhe solicitou permissão para abraçá-lo, justificando que Divaldo é alguém que trabalha para a paz. O Cabo lhe disse que é um soldado da paz e que desejava abraçar um homem pacífico e pacificador. Confidenciou-lhe que a polícia do amor há de chegar um dia em que todos serão soldados da paz. Esse Cabo fora aluno em uma das Escolas da Mansão do Caminho.

Quanto é bom amar o amor, amar pelo prazer de amar, banhado pelas bênçãos do Senhor, sentenciou o orador de escol. A proposta do amor é o bem proceder.

Destacando o caráter evolutivo do homem e dos efeitos produzidos pela Doutrina Espírita na criatura humana, Divaldo Franco apresentou e discorreu sobre os períodos experimentados pelo Espiritismo, segundo análise de Allan Kardec contida na Revista Espírita de dezembro de 1863. Fazendo breve introdução, Divaldo destacou que a fenomenologia espírita se apresentou na humanidade desde o seu princípio, iniciando pelos fenômenos anímicos e depois pelos de natureza mediúnica. Em todos os tempos os Espíritos se comunicam com os encarnados. A marcha do esclarecimento, por meio das manifestações de natureza espiritual, se intensificou a partir do Século XVIII, quando em Estocolmo, na Suécia, com Emanuel Swedenborg(1688-1772) e com base nos seus escritos, uma Igreja se haveria de estabelecer. Foi fundada, então, A Nova Jerusalém.

No Século XIX, nos Estados Unidos da América, em 31 de março de 1848, foram registrados os fatos conhecidos como os fenômenos da família Fox. Esses fenômenos se apresentaram, posteriormente, na Inglaterra e depois na França, quando em 1855 o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais tarde conhecido pelo pseudônimo Allan Kardec, passou a estudar os fenômenos de natureza espiritual utilizando-se de médiuns para aprofundar as pesquisas, recebendo dos Espíritos Superiores valiosíssimas informações catalogadas em O Livro dos Espíritos e nas demais obras que dessa se originaram com acréscimos – O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

Allan Kardec, perspicaz, vislumbrou e designou os períodos que o Espiritismo viria a testemunhar.  O primeiro período do Espiritismo, caracterizado pelos fenômenos das mesas girantes, foi o da curiosidade. O segundo foi o filosófico, marcado pelo aparecimento de O Livro dos Espíritos, verdadeiro tratado de filosofia, publicado inicialmente em 18 de abril de 1857. A partir deste momento o Espiritismo tomou um caráter completamente diverso. Por meio de seu conteúdo pode-se distinguir o objetivo e o alcance, a fé e a consolação postos às claras para o adiantamento da Humanidade.

Mas, como todas as ideias novas, teve adversários tanto mais obstinados quanto maior era a ideia, porque nenhuma ideia grande pode estabelecer-se sem ferir interesses.(Allan Kardec, Revista Espírita, dezembro de 1863). Uma verdadeira cruzada foi dirigida contra o Espiritismo. O início do período de luta teve como marco o auto de fé de Barcelona, ocorrido em 9 de outubro de 1861, quando foram queimados em praça pública vários exemplares de O Livro dos Espíritos e de outras obras espíritas. Eram os adversários natos de tudo quanto é novo.

Vaticinava, então, Allan Kardec, que uma nova etapa seria vivida pelo Espiritismo após o período de luta. O quarto período é o religioso. Sucedendo-o, temos o quinto, período intermediário, caracterizado pelo estudo e pela escola de almas operacionalizada pelos Centros Espíritas.

Presciente, Allan Kardec denominou o sexto e último período como sendo o da regeneração social. É o da transformação moral para melhor, da vida digna, combatendo as paixões exacerbadas. É o período em que o homem anela por preencher a vida com ideais nobres, emoções elevadas, dignidade, de não revidar o mal com o mal, de não se deixar dominar pelos pensamentos dos outros, de não se incomodar com o que os outros façam, de não permitir que ninguém perturbe a sua paz, de perdoar sem nenhum sentimento de devolver o mal que recebeu, de não deixar que o mal se hospede no coração. Esse é um período no qual o homem deve viver sem a sombra das reminiscências negativas, é o da mediunidade a serviço do bem.

Como é habitual, Divaldo Franco provocou vários momentos de descontração, de alegria, provocando o riso descontraído, terapêutico. Assim, concluindo, o nobre orador asseverou que a humanidade já está entrando no período da Regeneração Social, conforme testemunhou por meio do encontro com os dois militares e inumeráveis outros que fazem parte do cotidiano do Embaixador da Paz no Mundo, Divaldo Franco. O Espiritismo é uma Doutrina de vida, de alegria. “Eis que eu vos trago boas novas de alegrias.” (Jesus)

Não temamos, porque o Senhor está conosco, nunca, nunca nos deixa, a Sua misericórdia nos invade, um doce alento toma conta de nós, e essa presença, toda amor, nos encanta e nos leva à plenitude.(Divaldo Franco)

Workshop "O Significado da Vida"

No dia 5 de maio, estando o Ginásio de Esportes lotado, a atividade contou com um momento musical inigualável.

O Setor de Eventos da Mansão do Caminho, dirigido pela dedicada e operosa Telma Sarraf, em seu trabalho de bastidores e de coordenação, demonstrou eficiência, organização e muita dedicação em bem receber os participantes,  desdobrando-se para que os detalhes de planejamento e execução pudessem alcançar alto nível operacional.

Divaldo Franco, completando 92 anos naquela data, em sua habitual sensibilidade, agradeceu as manifestações de bondade e de ternura, esclarecendo que não se julga merecedor, reconhecendo, porém, sua perseverança no ideal espírita e na divulgação da Doutrina Espírita. O terno e dedicado orador destacou que é necessário encontrar Jesus no caminho, apreender a sua sublime proposta do amor. A perseverança é o guia, o apoio, a certeza de alcançar a meta com a ajuda das criaturas amigas.

Ao apresentar os fatos experimentados por Viktor Frankl (1905-1997), médico psiquiatra austríaco, autor dos livros Em Busca de Sentido e Um Sentido para a Vida, destacou que é possível vencer as vicissitudes da vida quando se é possuidor de um significado, uma meta, um sentido a ser alcançado na vida. Por ser judeu,  Frankl foi preso com sua esposa e seus pais pelos nazistas e com eles segregado em campo de concentração. Todos os seus familiares foram mortos pelo regime nazista, foram cerca de 180 até maio de 1945, quando a grande guerra teve fim. Ele decidiu estabelecer para si, ainda preso, um sentido existencial profundo: sobreviver àquelas terríveis condições para poder, posteriormente, denunciar os horrores do holocausto e, assim, despertar nos indivíduos uma consciência e uma responsabilidade para com a dignidade humana, respeitando-a.

Filho de família rica, Viktor Franklformou-se em psicologia e psiquiatria, tendo sido amigo de Sigmund Freud (1856-1939) e Alfred Adler (1870-1937). O incansável conferencista destacou que Viktor Frankl somente sobreviveu por ter estabelecido uma meta, um sentido para a sua vida. O médico austríaco é o fundador da escola da Logoterapia que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência. Sobrevivem todos os que se fazem fortes e que suportem altas cargas emocionais. O corpo humano é formado por cerca de trezentos bilhões de células, quinhentas com funções diferentes, específicas, resultantes da união de duas células. A vida é algo imensamente perturbador.

A ciência avança em suas pesquisas visando dar bem-estar e vida exuberante ao homem, e a quarta corrente, a psicologia transpessoal, se apresenta para contribuir, compreendendo o ser humano em sua totalidade psicosocioemocional, assim como Jesus, o maior psicoterapeuta da humanidade, conhece seus irmãos em humanidade. O pensamento é de natureza extracerebral, assim, há necessidade que cada um corrija o seu próprio pensamento. A força do sentido da vida é impressionante e Jesus dá esse sentido para a vida. Esse sentido é o de viver além da vida. O homem lúcido, que tenha um sentido existencial, embora não possuindo tudo, tem paz, é capaz de diluir a personalidade sem perder a individualidade.

Ao fazer essa abordagem, Divaldo Franco asseverou que deseja, efetivamente, aos que já estão desenvolvendo o significado para as suas vidas, logrem o sucesso. Aos que ainda não começaram a estabelecer uma meta para a vida, que o façam. A vida de Viktor Frankl foi a busca para encontrar o sentido da vida. Sua existência era a de um homem que não se preocupava, inicialmente, com a religião. Aprisionado pelos alemães, deixou de ser um homem, um indivíduo, para ser somente um número. Ele somente não foi assassinado porque teve uma meta, um objetivo para a vida, embora tenha passado por alguns dos mais cruéis campos de concentração, onde os assassinatos e os suicídios eram numerosos todos os dias. Assim, o fundador da Logoterapia atingiu um sentido psicológico da vida ainda maior, ser útil. A proposta de Viktor Frankl é fascinante porque é a proposta do Cristo.

O Paulo de Tarso da Atualidade, Divaldo Franco, enalteceu, através de diversos exemplos narrados, a ação do amor, da caridade, pois que, aqueles que se dedicaram e se dedicam ao próximo, são dotados de profundo sentido existencial, as suas metas se constituem em servir aos seus irmãos em humanidade. Asseverou que a perseverança é imbatível, sendo o princípio da vida. Cabe a cada ser humano encontrar um objetivo para a sua vida. É muito importante encontrar um significado para a vida, frisou. Viva intensamente cada minuto, viva os seus ideais de hoje, respeitando e aceitando o tempo de Deus. Segundo Chico Xavier (1910-2002), o mais difícil é imergir em si, descobrindo o sentido da vida.

Interagindo com o público, o nobre conferencista, jovial na sua “juventude” aos 92 anos de vida, indagou: O que é a vida para você?Duas pessoas do auditório se manifestaram respondendo que é amar indistintamente, incomensuravelmente e tornar-se útil à sociedade humana, desenvolvendo a paz interior. Retomando a palavra, Divaldo Franco destacou que o sentido da vida é não esperar retribuição ou gratidão, doando-se ao seu semelhante, é amar, é servir o próximo. Recomendou que todos se concentrem em identificar qual é o sentido para as suas vidas. Ame mais, viva para servir!

Divaldo Franco: palavras de sabedoria, ações de amor

Ao narrar um episódio constante na autobiografia do médico e escritor escocês Archibald Joseph Cronin(1896-1981), escrita após a II Guerra Mundial, Divaldo ressaltou o sentido, o significado do termo oportunidade. No início de sua carreira foi chamado para atender uma menina vítima do crupe. Naquele instante, vivendo um dilema e inseguro - não era cirurgião -, lembrou-se de Deus, orou com fervor, sabendo que Deus poderia salvá-la. Fez-se, então, instrumento dócil, salvando aquela vida. Durante o procedimento, que exigiu traqueostomia, ele contou com o trabalho de uma jovem enfermeira, também iniciante. Coube a ela, a vigília para que a menina, durante a noite, não retirasse o equipamento de borracha. A enfermeira, no entanto, mesmo zelosa, não resistiu ao sono e a menina faleceu. Ela sofreu com a falha, e o médico Cronin elaborou um relatório para enviar à Associação Médica. Ela pediu “outra oportunidade”, pois também estava iniciando na profissão, e fatalmente teria o registro cassado. Mas o médico firmou o documento, e ela o subscreveu, concordando com o que ali estava relatado. Cronin foi até a agência do Correio para enviar a missiva. Mas, ao invés de postar, relutou e desistiu. No dia seguinte, novamente foi até o Correio mas suspendeu a remessa. Após a terceira tentativa, optou por inutilizar o relatório, queimando-o.

Algumas décadas depois, num hall de hotel, enquanto aguardava por uma cerimônia na qual seria premiado, Cronin apanhou uma publicação do jornal The Times e passou a ler a reportagem intitulada “O anjo da noite”. Lia a história de uma mulher que, numa região miserável do País de Gales, acolhia e cuidava de crianças desamparadas. Na reportagem, a protagonista narrava que havia se comprometido com os moradores do local, onde não havia assistência médica. E, na sua história, o peso por não ter resistido ao cansaço, o que ocasionou a morte de uma enferma, fez com que se dedicasse a salvar vidas, especialmente de crianças.

Na reportagem, a mulher contou que aguardou pela punição da Associação Médica, porém, nunca foi notificada. Então concluiu que teve uma segunda oportunidade. Com essa chance, passou a percorrer lugares pobres. Até aquele momento já havia salvado mais de quatro mil vidas das garras da morte, pois que boa parte daquelas crianças haviam sido adotadas por famílias dos Estados Unidos da América, Suécia e Noruega. O “Anjo da Noite”, como foi intitulada a divulgação, referia-se à peculiaridade da mulher que, não conseguindo dormir à noite, mantinha-se atenta. Somente à tarde é que repousava durante duas horas. Perguntada sobre o nome do médico que proporcionou a nova chance, afirmou: “nunca guardamos o nome do bem, porém o mal nunca esquecemos. Se o dissesse, estaria denunciando por não agir conforme seu dever, que seria a entrega do relatório”.

Cronin formou-se médico, tornou-se escritor e, ao invés de salvar vidas, passou a escrever sobre vidas. A reencarnação é a oportunidade que Deus oferece aos homens para refazerem a vida em bases mais sólidas e construtivas. O perdão dá outra oportunidade.

A educação socrática leva o homem ao autoconhecimento, Jesus, o incomparável psicoterapeuta, ensina e exemplifica o amor a si, ao próximo e a Deus, em uma completa visão psicoterapêutica levando o homem a identificar-se como servidor amoroso, descobrindo o sentido da vida, o amor, a caridade, consciente de si mesmo. Amar sem nada pedir, ou exigir, em troca. É tornar vivo o Evangelho do Cristo. A perseverança é imbatível, é o princípio da vida. O objetivo da vida na Terra é encontrar uma meta.

Homem singular, Divaldo Pereira Franco, o Arauto de o Evangelho de Jesus Cristo, alma brasileira, acendeu a chama do Espiritismo nos cinco continentes discorrendo sobre a Boa Nova, sensibilizando o coração de muitos, inclusive de brasileiros residentes no Exterior. Em grande esforço missionário, contando com o abnegado trabalho de espíritas brasileiros e nativos, Divaldo Franco é fundador, cofundador ou inspirador da maioria dos Centros Espíritas no Exterior, em hercúleo trabalho de amor na construção de um mundo novo, regenerador.

É o amor produzindo a obra do bem, sendo a caridade a mola impulsionadora da vida. Quem não tem um sentido psicológico para a vida já morreu, afiançou o nobre conferencista. A misericórdia divina sempre alcança os homens, atendendo-os em suas necessidades espirituais, como ensina a Benfeitora Joanna de Ângelis ao dizer que o socorro virá de cima, quando te sentires sitiado por todos os lados. Todos devem sair da província da reclamação para o reino da gratidão. Recitando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo Franco encerrou o profícuo trabalho, envolvendo todos em profundas vibrações de ternura, paz, esperança e amor.

O público homenageou-o, felicitando-o pelo seu aniversário. Divaldo completou 92 anos de vida presenteando o público que ali estava, e por extensão a humanidade, doando-se em amor ao seu semelhante. Homem incomparável, alma lúcida e generosa, sua palavra ensina, seu trabalho exemplifica, sua coragem estimula, seu profundo sentimento de amor acolhe, dignificando vidas.

Sarau Evangélico

À noite, para um grupo de amigos, Divaldo programou um Sarau Evangélico, em que através da música, especialmente composta e executada por Juan Danilo Rodríguez, o anfitrião recitou vários poemas de Rabindranath Tagore, contidos na obra Pássaros Livres, de sua psicografia, todos com profundo foco no amor, inclusive as músicas selecionadas.

Enaltecendo o poder do amor, Divaldo narrou o seu encontro com o grande paranormal, Swami Satya Sai Baba, bem como o relacionamento com Tamil, um menino indiano, morador de rua, muito sujo e que cuidava dos automóveis estacionados no grande parque, nas proximidades onde Sai Baba tinha o seu ashram, a sua morada. Saindo, após a visita, Tamil foi correndo ao encontro de Divaldo, sinalizando e conduzindo-o até onde estava estacionado o carro. Ao lhe ser oferecida uma gorjeta, Tamil disse-lhe que não a desejava, que não queria nada de Divaldo, queria Divaldo, declinando que o amava, pois que o havia identificado como seu pai em outra reencarnação, inclusive chamando Divaldo de pai.

Divaldo Franco e os amigos retornaram, naquela oportunidade, mais vezes e sempre recebia a atenção do menino. Indagado onde morava, o garoto respondeu que morava em qualquer lugar, dizendo: “Deito-me no chão e cubro-me, com a luz das estrelas!” No último dia, ao se despedirem, implorou que Divaldo o levasse junto, repetindo que dele não queria nada, queria ele. Rogava a Divaldo que o levasse junto para o Brasil. Profundamente comovido, Divaldo presenteou-o com roupas, sapatos e brinquedos. Deu-lhe, também, O Evangelho segundo o Espiritismo, em inglês. Na dedicatória deixou seus dados de contato. Por meio desses dados eles puderam se comunicar por telefone e cartas. Uma senhora, chamada Gupta, professora, teve papel preponderante nesta história de sucesso, envolvendo Tamil e Divaldo Franco.

Em Londres, Inglaterra, há cerca de oito anos, Divaldo Franco teve a gratíssima surpresa de reencontrar Tamil, depois de quinze anos. Estava ali na condição de estudante. No reencontro, Tamil teve a oportunidade de dizer a Divaldo Franco o seguinte: - Como você não pôde me carregar naquela ocasião, eu vim seguindo as suas pegadas.

Tamil se corresponde com Divaldo, e este ano, 2019, felicitando-o pelo aniversário, informou que estará presente na Mansão do Caminho por ocasião do 93º aniversário de seu “pai adotivo”.

Concluindo o profícuo encontro, Divaldo destacou, uma vez mais, que uma vida que não possua significado não é vida. No gesto de reunir os amigos, que são as suas companhias de coração e das horas difíceis, Divaldo asseverou que a forma de agradecer foi através da música contida nos poemas de Tagore sobre o amor, avançando rumo à humanidade, engajando-se nas preces, desejando oportunidades, traçando metas psicológicas, ampliando o sentido da vida.

Divaldo Franco comemorou o seu 92º aniversário doando-se em amor, envolvendo a criatura humana em vibrações de grande ternura e acolhimento, como lhe é habitual.


Nota do Autor
:

As fotos que ilustram esta reportagem são de Jorge Moehlecke.


 

 

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita