Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Chico Xavier concordou com a disciplina sugerida pelo seu mentor ainda desconhecido para ele. E o estranho aproveitou a deixa:

- Temos algo a realizar. Trinta livros para começar.

O rapaz levou um susto. Como iria comprar tinta e papel? Quem pagaria a publicação de tantos títulos? O salário de caixeiro no armazém de Felizardo mal dava para as despesas de casa; os 13 mil-réis mensais eram gastos com catorze irmãos; seu pai era apenas um vendedor de bilhetes de loteria.

Chico arriscou uma previsão:

- Papai vai tirar a sorte grande?

O forasteiro encerrou as apostas:

- Nada, nada disso. Sorte grande mesmo é o trabalho com fé em Deus. Os livros chegarão por caminhos inesperados.

O roteiro estava escrito. Restava ao matuto de Pedro Leopoldo seguir as instruções. Seus passos, tropeços e quedas, muitas quedas, seriam acompanhados de perto por aquele estranho a cada dia mais íntimo. O nome dele: Emmanuel, o mesmo que se havia apresentado a Carmem Perácio quatro anos antes. A missão: guiar o rapazote e evitar que ele fugisse do script traçado no Além. Chico deveria colocar no papel as palavras ditadas pelos mortos e divulgar, por meio do livro, a doutrina dos espíritos.


Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.


 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita