Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Rimas e infância


Otimismo e esperança — da mesma forma que o sentimento de impotência e desespero — podem ser aprendidos
. Daniel Goleman


As rimas das poesias, das cantigas, das parlendas, encantam crianças de todos os tempos. De um modo espontâneo, a poesia tem papel importante na infância porque responde também pelo papel de nos humanizar, nos sensibilizar, colocando-nos em contato com o outro, com a diversidade do mundo.

Cheias de ritmo, sensibilidade e musicalidade, as rimas são excelentes para apresentar a linguagem à criança, auxiliando na alfabetização. As rimas introduzem a criança no universo da literatura, estimulando-a a incorporar o livro como uma ótima companhia – afinal, quem se sente só se possui um livro para ler e nos contar o que vemos e o que não vemos? Sim, a poesia dedicada  à temática infantil assegura ao ser humano o acesso a uma linguagem simples e lúdica...

No primeiro setênio, os pais podem, por exemplo, apresentar aos filhos poemas simples e curtinhos... E, conforme o filho avance, alcance mais desenvolvimento, há para os adultos a permissão para apresentar poemas mais longos, mais profundos. Além disso, é possível também incentivar a criança a escrever seus próprios versos, porque esse é um ótimo recurso para trabalhar a linguagem (oral e escrita) e, ao mesmo tempo, a expressão das emoções, dos sentimentos.

Não por acaso, o escritor Dostoiévski dizia que “a beleza salvará o mundo”. E a poesia, seguramente, enriquece a compreensão humana sobre a beleza, um atributo que permeia todas as coisas, sem esquecer Jesus, no mundo, um semeador de beleza.

Por fim, juntamos aqui três poemas que agradam às crianças e que são, por isso, interessantes para ler com os filhos pequenos:

 

Colar de Carolina

(Cecília Meireles)

 

Com seu colar de coral,

Carolina

corre por entre as colunas

da colina.

O colar de Carolina

colore o colo de cal,

torna corada a menina.

 

E o sol, vendo aquela cor

do colar de Carolina,

põe coroas de coral

nas colunas da colina.

 

A Onda

(Manoel Bandeira)

 

A onda

a onda anda

aonde anda

a onda?

a onda ainda

ainda onda

ainda anda

aonde?

aonde?

a onda a onda

 

Por enquanto eu sou pequeno

(Pedro Bandeira)

 

Por enquanto eu sou pequeno,

muita coisa eu não sei.

Eu só sei que estou gostando

deste mundo onde eu cheguei.

 

Não me apressem por favor,

sei que ainda não cresci.

Mas vejam que eu estou tentando,

me esperem que eu chego aí!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita