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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Não reprimenda, mas atitude com amor


André Luiz é um médico que tem ensinado muita coisa da vida espiritual para a Terra. Eu adoro lê-lo, com isso busco adquirir novos conhecimentos; procuro ter a mente aberta para analisar as informações. Em seu livro Sinal Verde, esclarece que não basta criticar, condenar ou reprimir o dependente de álcool ou de outras drogas; além de ter tolerância, é necessário tomar atitudes com amor.

“Não adianta reprimenda para o irmão embriagado, de vez que ele, por si mesmo, já se sabe doente e menos feliz. Toda vez que você destaca o mal, mesmo inconscientemente está procurando arrasar o bem. Não critique, auxilie.”

Esta mãe acertou com o filho: conversou, aconselhou e, antes que ele tivesse outras complicações, com o traficante ou com a polícia, tomou a atitude certa, depois de frequentar reuniões de ajuda mútua para familiares.

Fábio (nome fictício), hoje com 29 anos, começou a fumar maconha quando ainda tinha 13, em um baile de carnaval em que tinha ido com os pais. Ele conta que experimentou por curiosidade, com um amigo da escola, e sentiu um “boom” de prazer, ficou “zen”. A maconha foi um trampolim para outras drogas.

Foi então que Tereza (também nome fictício) juntou dentro de si toda a força que tinha e chamou o filho, na época com 22 anos, para uma conversa sobre tratamento. Ele disse que “sim”, que iria aceitar o que ela lhe sugeria.

No dia seguinte ela acordou o rapaz de manhã, e Fábio disse que tinha mudado de ideia e que não queria mais ir para a clínica. A mãe manteve a calma e com atitude disse ao rapaz que na casa dela não havia mais lugar para ele com a vida que estava levando. Ela abriu o portão da casa para seu filho ir embora, e ele foi.

Ela diz que o filho saiu de casa com a roupa do corpo e um travesseiro.

Coração de mãe não se engana, mas esperança não sobrevive na inatividade: ela orou com fervor a Deus. Algumas horas depois, lá estava seu filho, tocando a campainha e dizendo que aceitava o tratamento.

Ele enfim admitiu que realmente tinha perdido o senso, que precisava mudar seus valores – e ficou seis meses internado, em recuperação (meio ano de sua vida! E valeu, ele diz). Fábio precisou renascer de novo, tornar-se uma criatura com hábitos novos, recomeçando do zero, reconscientizando-se sobre seu comportamento e seu papel no mundo, reavaliando sua espiritualidade. Hoje reconhece que se seus pais não o tivessem obrigado a se tratar, por certo estaria preso ou morto.

Voltou para a sobriedade e realidade da vida, está casado há quase cinco anos, trabalha e faz planos para ter filhos. A atitude e o amor de sua mãe deram uma nova chance ao jovem, longe das drogas, útil para a sociedade e amoroso com a família.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é bacharel em direito com especialização em dependência química USP/SP/GREA.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita