Entrevista

por Orson Peter Carrara

Todos os aspectos da Doutrina são importantes e estão entrelaçados

Natural de N. Sra. do Socorro e residente em Aracaju, ambos municípios do estado de Sergipe, Luzi Mary Paixão Silva (foto) é espírita desde 1991. Com formação superior pela UFS, exerce a Medicina como profissão. Vinculada há 26 anos ao Grupo Espírita Irmão Fêgo – que é a primeira instituição espírita do estado, fundada por Basílio Peralva em 1918 – e que atualmente preside, exerce nela atividades nas áreas de mediunidade, estudos, assistência e promoção social. Na função de dirigente, apoia todas as propostas de uma Casa Espírita, mas tem um olhar especial para a evangelização infantojuvenil.

A seguir, a entrevista que ela nos concedeu.

Como você se tornou espírita?

Em 1967, aos quinze anos, recebi do meu tio Antônio Garcez O Livro dos Espíritos como presente. Naquela noite, li incansavelmente toda a obra, ficando-me a impressão de que já a conhecia. Àquela época, as reuniões espíritas aconteciam em residências e eram poucos os Centros Espíritas em nossa cidade. Guardei o livro, mas o conteúdo ficou comigo. Contudo, somente em 1988 tive o reencontro com a Doutrina Espírita através de Venâncio Almeida Sampaio, meu cônjuge, a quem devo muito do conhecimento doutrinário.

Fale-nos do movimento espírita no seu estado.

A federativa estadual de Sergipe, a FEES, fundada em 1950 sob o incentivo da Caravana da Fraternidade da qual faziam parte Leopoldo Machado, Lins Vasconcellos, Francisco Spinelli e outros, teve como primeiro presidente o Sr. Elson Fontes, seguido da Dra. Laura Amazonas e outros. Foi na gestão de João Batista Cabral (1993 a 1999) que o movimento espírita, já sob o progresso da tecnologia, começou a mostrar um maior dinamismo no estado. A FEES, apoiada pela maioria das Casas Espíritas, tem prestado a sua colaboração no fortalecimento das Instituições e na divulgação da Doutrina em todo o estado.

E o movimento espírita na capital?

Em Aracaju contamos com aproximadamente 50 Centros Espíritas distribuídos em seus diversos bairros, exercendo atividades doutrinárias, mediúnicas, evangelização infantil e promoção social. A cada três anos a FEES realiza um Congresso Espírita. Aproveito para convidá-los ao VII CONGESE, cujo tema será “Evangelho, Fonte de Luz”; ele será realizado nos dias 27, 28 e 29 de setembro deste ano.

Situe-nos Aracaju no contexto sociodemográfico para o leitor.

Aracaju é a capital do estado de Sergipe. Com 163 anos, tem hoje uma população aproximada de 648.939 habitantes. É uma cidade litorânea de clima tropical e belezas naturais. Atraente ao turista, tem um povo simpático e hospitaleiro. Nela predomina a religião católica, seguida pela multiplicação das igrejas protestantes. O Espiritismo tem atraído sofredores e cresce entre seus adeptos a busca pelos estudos doutrinários.

Qual o principal meio de divulgação espírita na cidade?

Além das atividades realizadas pelas instituições, temos programas de rádio que alcançam todo o estado, colunas em jornais, mas considero a atuação das mídias sociais como o maior veículo de divulgação na atualidade.

Como é a integração local do movimento espírita?

O departamento de Unificação da FEES tem nas últimas gestões empreendido esforços na integração dos Centros Espíritas. Por mais de 10 anos tivemos o “ENCONTRO DAS CASAS ESPÍRITAS”, uma atividade realizada em espaço público reunindo várias instituições em formato de feira, onde eram colocados standscom exposição de livros, trabalhos artesanais, painéis, enquanto no palco realizavam-se palestras, apresentações musicais, teatro etc. Suspenso pela atual gestão, teve um resultado positivo na agregação e integração das Casas e dos trabalhadores espíritas.

De sua experiência e vivência espírita, o que mais lhe chama a atenção?

Que o frequentador espírita é um ser passivo que guarda enormes potenciais, esperando um líder que o convide ao trabalho pelas portas do coração, estendendo mãos amigas, tendo compreensão, paciência e boa vontade para formar um novo servidor na Seara do Cristo. Considero o VII Encontro dos Amigos de Chico Xavier, realizado em Aracaju, um marco no nosso Movimento. Integrando diversas Casas e muitos trabalhadores, ele nos trouxe grandes aprendizados, muitos amigos e uma experiência positiva na realização de eventos gratuitos, abertos ao público, alcançando pessoas não espíritas, mas que têm em Chico um modelo de humildade, trabalho e amor ao próximo. Da mesma forma, realizamos em julho passado a comemoração do centenário da nossa instituição, “ENCONFEGO-2018”, trazendo amigos de vários estados que abrilhantaram a nossa festa.

Acerca do conteúdo espírita, o que lhe sobressai com destaque ao raciocínio e à emoção?

Entendo que todos os aspectos da Doutrina são importantes e estão entrelaçados. Mas reputo como objetivo-fim do Espiritismo a compreensão dos ensinamentos de Jesus, agora esclarecidos filosoficamente, conduzindo-nos à internalização e experimentação desses valores em nossas vidas. Somente por esse caminho vejo a transformação moral do homem e da humanidade. Jesus será sempre “Caminho, Verdade e Vida”.

De suas lembranças na prática espírita, o que gostaria de destacar paras o leitor?

Gostaria de dizer ao iniciante no estudo e prática doutrinária que não aguarde sentir-se preparado para a tarefa diante de tantas necessidades. Esteja atento e comece a servir na primeira oportunidade. Utilize-se da boa vontade, desprendimento, dedicação e disciplina, lembrando que Jesus confiou o seu apostolado a homens simples e não aos doutos, por serem aqueles mais fáceis de modelar.

Algo mais que gostaria de acrescentar?

Que Jesus aguarda a nossa boa vontade, fidelidade aos seus ensinamentos, convicção da nossa imortalidade.

Suas palavras finais.

Agradecemos humildemente esta oportunidade, dizendo que o Grupo Espírita Irmão Fêgo aguarda sua visita e a do leitor amigo, sempre de braços abertos, para um aconchegante abraço.
 
  

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita