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por Vladimir Polízio

 
Eles, os outros


Custa-nos, e muito, compreender algumas necessidades durante o exercício de nossa existência. Na medida que vamos alcançando a adolescência e a maturidade, o que o mundo nos mostra através das inúmeras fontes e meios de informações, é que a vida é constituída de muitos, mas muitos interesses que nem de longe se relacionam com os valores simples, mas com resultados benéficos, que estão ligados às necessidades do Espírito.

E o que pede o Espírito? Pede que nos liguemos, através da oração com as forças do Alto. Sim, estamos na Terra, mas somos Espíritos. Viemos de algum lugar e para algum lugar voltaremos. Perda de tempo é pensar ao contrário, que somos parte da Terra e que por aqui ficaremos. Muito raros são aqueles que se dedicam a partir de certa fase de sua peregrinação, por compreenderem, ainda a caminho, que a vida não é simplesmente o ato mecânico de respirar. É muito mais do que isso.

Vamos nos socorrer do benfeitor Emmanuel, que através da psicografia enviou ao médium Chico Xavier a mensagem 'Eles, os outros', sempre exaltando a necessidade de auxílio ao próximo, situando a presença do próximo como sendo nossa ponte, cuja travessia irá nos conduzir ao encontro dos planos mais elevados na vida.

'Eles, os outros':

"Eles chegam de todas as direções, na moldura dos acontecimentos.

São eles, os outros, nossos irmãos do caminho que se transformam em caminho para o Mais Alto.

É por eles que a bondade do Senhor nos encontra, habilitando-nos para isso.

No mundo, surgem no lar por parentes e associados no vínculo doméstico que se nos fazem professores no aperfeiçoamento espiritual.

São os amigos e nos ajudam a executar os encargos de que a vida nos encarrega ou são adversários e nos radiografam os recessos da alma, fixando-nos os mínimos defeitos a fim de que venhamos a corrigi-los.

Aparecem na posição de necessitados, testando-nos o amor e o desprendimento da posse, ou benfeitores que nos estendem o coração e os braços em forma de auxílio, afirmando-nos sem palavras que jamais nos achamos esquecidos de Deus.

É através deles, os outros, que efetivamente somos nós em nós.

Os que brilham na vanguarda estão aptos a instruir-nos e os que se situam à retaguarda são aqueles que nos avaliam as possibilidades de auxiliar.

Os mais felizes são aqueles que já trabalham, de algum modo, em favor de muitos ou a benefício de alguém e, por este motivo, são os que constroem.

Os menos felizes são aqueles outros que ainda não conseguem aceitar o valor do trabalho e a felicidade de servir e, por isso, são aqueles que esperam.

Todos, porém, somos filhos da Sabedoria Divina necessitados uns dos outros.

Observemos a nossa conduta, diante do próximo, porque, em verdade, os outros nos medem a altura espiritual, todos os dias, trazendo-nos, segundo as nossas próprias necessidades, o ensinamento da justiça e o socorro da bondade que se derramam das Leis da Vida. E a vida é sempre uma escola para todos, mas convém considerar que são os outros que nos traçam a nota ao progresso e ao merecimento de cada um, no currículo das lições".


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita