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por José Reis Chaves

 

Entendendo de mediunidade e do caso complicado de João de Deus


Kardec deixou claro que todos nós somos um pouco médiuns, e que há os especiais equivalentes aos profetas bíblicos, que recebem Espíritos, psicografam, e que há mensagens e até livros dos Espíritos manifestantes. E há também os médiuns psicofônicos, pelos quais, Espíritos falam, ditando textos e até livros que, hoje, podem ser gravados e ouvidos à vontade pelos estudiosos do assunto. Para alguém entender bem de mediunidade, ele precisa estudar uns quatro anos, como numa faculdade espírita. E é, por isso, que o Espiritismo é também ciência, na área da parapsicologia, radiônica, psicologia profunda, e por que não também da Bíblia?

Esta coluna é complemento da anterior “As semeaduras de João de Deus e suas inexoráveis colheitas”. Nos comentários dela, no Portal de O TEMPO (www.otempo.com.br), alguém afirmou que eu fiquei em cima do muro a respeito do citado médium. É que não o conheço e menos ainda o seu trabalho mediúnico. Como já foi dito, a mediunidade exige um estudo longo, para que se possa entendê-la bem, principalmente, no quesito do estado em que o médium fica durante o transe. Se inconsciente, é a entidade que age através dele. Ele pode, pois, não se lembrar de nada do ocorrido durante o seu transe. Mas o médium mau tem culpa, por sua baixa sintonia e a consequente atração de Espíritos ainda atrasados e abusadores.

Se o Espírito for de um médico, o seu trabalho espiritual é igual ao de um médico. Quer dizer, o Espírito através do médium pode palpar partes do paciente como o faz um médico terreno, para constatar se há alguma anormalidade como, por exemplo, um tumor interno no paciente. Isso ocorre, mais frequentemente, quando os exames são para se constatar a necessidade ou não de cirurgias espirituais. E uma pessoa que não tenha um conhecimento sobre a medicina espiritual, por meio dum médium, pode pensar que se trata de uma leviandade ou abuso do médium, o que pode de fato ocorrer quando se trata de um médium mau. Mas qual é o médium mau ou aproveitador? E quando ele fica inconsciente ou consciente no seu transe?

E, infelizmente, há mais uma agravante muito séria. Existem fanáticos religiosos que apedrejam e até incendeiam centros espíritas, de candomblé, de Umbanda e mesmo igrejas contrárias a eles. E por que, então, esses fanáticos religiosos não dariam possíveis falsos testemunhos, e ainda mais por telefone? O centro de João de Deus, pelas suas características, é de Umbanda. Mas ele se diz católico, o que não é surpreendente, pois, hoje, é comum as pessoas terem mais de uma crença!

Os magistrados, ao estudarem os processos, para darem suas sentenças de absolvição ou condenação, frequentemente, nomeiam um perito de sua confiança especialista no assunto. E é no parecer do perito que eles fundamentam a sua sentença. Não seria, pois, esse caso um dos que mais necessitariam de um perito especial em mediunidade e que seja de insuspeita idoneidade? O certo é que a questão vai queimar a cuca dos magistrados!

E para complicar mais ainda esse já tão complicado caso, os noticiários de duas poderosas redes de TV nacionais parecem estar divididos. Um estaria mais com o médium, e outro contra ele. O certo é que esse ‘balaio de gatos’ vai esquentar mesmo os neurônios dos magistrados que conhecem mediunidade! E como, então, um simples colunista poderia condenar ou absolver o médium João de Deus?


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita