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por Waldenir A. Cuin

 

O hábito de orar


“A prece é agradável a Deus? – A prece é sempre agradável a Deus quando ela é ditada pelo coração, porque a intenção é tudo para ele, e a prece do coração é preferível à que se pode ler, por bela que seja, se tu a lês mais com os lábios que com o pensamento.” (Questão 658 de O Livro dos Espíritos - Allan Kardec.)


A prece é, sem dúvida, o canal que nos liga a Deus.

E, para falar com o Criador, basta o nosso pensamento, pois o que chega até seu coração são as nossas mensagens mentais. Assim, não precisamos de formas específicas, posições físicas, horas absolutamente determinadas, locais rigorosamente escolhidos. Não, para conversar com o Pai Celestial será preciso apenas desejar, querer e os nossos pensamentos chegarão até seus “ouvidos”.

É claro que não podemos dispensar um instante de recolhimento, mas isso podemos conseguir, mesmo no local do nosso trabalho, em um cômodo da nossa casa, isolando-se um pouco, mesmo em locais públicos, pois momentos existem que temos necessidade de nos dirigirmos a Deus, ante algum perigo, alguma dúvida e diante das condições do momento, às vezes, estamos impedidos de uma concentração maior.

Como a alimentação diária é indispensável para a nutrição do nosso corpo físico, a prece é imprescindível para a sustentação da nossa vida espiritual.

Portanto, no mínimo, devemos fazer preces duas vezes ao dia; quando acordamos, pela manhã, rogando a Deus forças para mais um dia de trabalho e de atividades, procurando proteção contra os possíveis perigos e, ao dormirmos, oportunidade em que podemos agradecer o dia que tivemos e solicitar assistência espiritual para as horas em que estivermos fora do corpo, no desprendimento natural propiciado pelo sono, pois enquanto nosso corpo repousa, buscando o refazimento das forças, em Espírito, prosseguimos com nossas atividades, nas “muitas moradas da casa do Pai”.

Mas podemos orar em muitas outras oportunidades, rogando socorro ante um perigo iminente, implorando ajuda nos momentos difíceis, pedindo orientação para a tomada de decisões, buscando reflexão interior para identificar nossas falhas visando saná-las. Podemos também, e devemos fazer preces pelas pessoas doentes, pelos nossos amigos que estão enfrentando problemas, por familiares que caminham pelas estradas do sofrimento, pelos entes queridos que seguiram viagem para a vida espiritual e muito mais.

Incontestavelmente, a única maneira que podemos nos dirigir àqueles que nos deixaram na Terra, vivendo agora em outra dimensão da vida, é através da prece, pois são nossos sentimentos, lembranças, saudades que chegam até seus corações. Sabendo disso, temos a obrigação de nos dirigirmos a eles com muito equilíbrio, pois que identificam o nosso estado emocional. Assim, se estivermos sofrendo suas ausências, mas com resignação, também eles encontrarão motivos para a calma, mas se perceberem o nosso inconformismo ante as determinações divinas, nossa revolta até, sofrerão ainda mais, pois possivelmente também cairão no desequilíbrio.

A prece tende a nos fazer melhores, mais pacientes, compreensivos e tolerantes, pois que o contato com a providência divina, com frequência, possibilita que busquemos mais forças, coragem e resignação, mesmo ante as intrincadas situações em que muitas vezes nos deparamos.

Portanto, se já temos o hábito da oração, continuemos com ele, estando cada vez mais próximos das imprescindíveis forças divinas, que amorosamente atuam em nosso favor. Se ainda não estamos acostumados a fazer preces, nos esforcemos por fazê-las, para também usufruirmos das dádivas abençoadas que emanam do Criador, em direção a todos nós.

E, para falarmos com Deus não temos necessidades de intermediários, de interlocutores, mesmo porque eles não conseguirão dizer o que pretendemos expressar, assim, façamos nós mesmos as nossas preces, da forma que sabemos, com o coração, com sinceridade, humildade e o Pai Celestial saberá perfeitamente como nos compreender.

O importante é orar, não importa onde, como, quando..., mas orar.



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita