Internacional
por Ênio Medeiros

Ano 12 - N° 599 - 23 de Dezembro de 2018

Divaldo Franco: “Jesus espera por todos nós; o Evangelho é o mapa para sermos felizes”


O conhecido orador foi um dos destaques do Congresso Espírita da Espanha realizado no início deste mês em Ciudad Real

 

Na sexta-feira, 7 de dezembro de 2018, teve início o XXV Congresso Espírita Nacional da Espanha, realizado em Ciudad Real. Divaldo Pereira Franco foi o palestrante especialmente convidado para proferir a conferência de abertura do congresso, cujo tema foi El Espíritu de Verdad. O evento ocorreu nas dependências do hotel Doña Carlota.

Após as solenidades iniciais e as devidas apresentações, o Dr. Juan Danilo Rodríguez saudou o público em nome da veneranda instituição Mansão do Caminho e também, atendendo à solicitação dos organizadores, cantou Aleluia, de Georg Friedrich Händel, harmonizando ainda mais o ambiente e a todos encantando com sua sensibilidade.

Conferência – Divaldo Franco, assumindo as atividades do evento, citou a célebre assertiva de Marco Túlio Cícero: A História é a pedra de toque que desgasta o tempo e apresenta a verdade. Narrou a história do Império Romano desde o ano 59 a.C., discorrendo acerca do primeiro e segundo triunviratos, a morte do imperador César, assassinado pelo próprio filho, com o auxílio dos senadores romanos, enaltecendo a célebre e recuada noite em que a Terra recebeu o Ser mais extraordinário que aqui nasceu: o Rei da Humanidade, Jesus, que de tão grande não coube na história da humanidade, dividindo-a entre antes e depois dele, narrando as vivências daquele menino que iria mudar a história de todo o mundo.

Divaldo Franco viajou com seu verbo eloquente pela pequena Cafarnaum, conduzindo a atenta plateia pelas cercanias do lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galileia, onde teve início a mais bela psicologia que se pode conceber, a psicologia do amor. O povo, porém, sempre procedeu mal com seus profetas. Fora assim com Sócrates, foi assim também com Jesus. Segundo Friedrich Nietzsche, toda ideia nova passa pela negação, depois é levada ao ridículo, para finalmente, em sobrevivendo, ser aceita.

Matamos Jesus, mas Ele voltou, para nos dizer que a vida do ser imortal é indestrutível. O nobre orador ainda narrou com muita propriedade os feitos ignóbeis das Cruzadas e os crimes da dita “Santa” Inquisição, os quais, somados, mataram mais pessoas  do que muitas guerras que assolaram e ainda abalam a humanidade.

Jesus, porém, sendo o amor por excelência, alertou-nos que jamais nos deixaria sós, conforme é narrado no evangelho de João, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26. Se me amais, guardai os meus mandamentos e eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente não o  conhece. Mas, quanto a vos, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós.

O digno trabalhador de Jesus, Divaldo Franco, perfeitamente mergulhado no psiquismo das narrativas e visivelmente inspirado pelos benfeitores da humanidade, descreveu com muita lógica e clareza a evolução antropológica da humanidade, desde o surgimento da criatura humana, até os dias atuais, sempre com um toque de humor, descontraindo e convidando todos ao entendimento e à compreensão, digno de quem tem habilidades na oratória, fruto de décadas de trabalho e dedicação na divulgação da Doutrina Espírita.

Referindo-se a Allan Kardec, o professor Rivail, homem notável, que se entregou ao labor até a consumpção de suas forças, pois sabia que havia pressa em concluir as obras que iriam construir a base de um novo edifício, facultando o despertar da consciência da humanidade, viabilizando a presença do Consolador de que necessitamos todos, rumando para um mundo melhor, modificando-nos cada qual para melhor. De fato, graças ao Espírito de Verdade, compreendemos que o sentido da vida é servir.

Encaminhando-se para o encerramento da conferência, o Semeador de Estrelas disse que somente mudaremos o mundo quando aprendermos a conquistar a paz. Duas condições são básicas para que tenhamos um mundo melhor, amar e servir. As dores, concluiu o “trovador de Deus”, são experiências de vida, não são castigos de Deus, porque Deus é amor.

Ao encerrar a atividade de abertura do XXV Congresso Espírita Nacional, o trabalhador incansável do Cristo foi aplaudido de pé por todos os presentes, prosseguindo, ainda, por mais alguns instantes no auditório, atendendo os presentes, respondendo as perguntas, com o abraço e o acolhimento afetuoso que lhe são característicos.

Minisseminário – Na noite de sábado, 8 de dezembro de 2018, o incansável trabalhador de Jesus, Divaldo Pereira Franco, encerrou sua participação no XXV Congresso Espírita Nacional da Espanha, apresentando um minisseminário em conjunto com Haroldo Dutra Dias, também orador brasileiro, cujo tema foi El Evangelio Según El Espiritismo y su Influencia en la Sociedad.

Divaldo Franco, abordando o tema, narrou de forma emocionante a história da jovem armênia que durante a guerra entre os turcos e os armênios, embora de curta duração, deixou um saldo de centenas de milhares de mortos. A jovem viu sua casa ser inesperadamente invadida pelos soldados turcos, que tiraram a vida de todos os seus familiares, levando-a para que fosse servir aos caprichos de um comandante psicopata. Após o término da guerra, a jovem se dedicou aos estudos, graduando-se em enfermagem.

Certo dia foi chamada, por sua dedicação e competência, a dispensar os melhores e mais dedicados cuidados à saúde de um homem em gravíssimas condições de enfermidade. Era ele o mesmo comandante que a fizera prisioneira. Ao final do exitoso tratamento, graças à sua dedicação de filha, ela revelou-lhe tê-lo reconhecido desde o princípio como o algoz que lhe arrebatou grande parte de sua vida, ao exterminar a sua família naquele recuado dia no período da guerra. Revelou-lhe, também, seu perdão radical, pois que havia conhecido Jesus, permitindo que o Mestre não apenas adentrasse sua vida, mas que seu amor incondicional, sua entrega em holocausto por amor à humanidade também mudasse sua vida, fazendo-a compreender a importância e o significado da opção de amar e servir, dando assim um novo sentido à sua existência.

Quem é esse Jesus que nos convida ao perdão? Questionou Divaldo, tocando profundamente o coração dos presentes, fazendo com que cada um dos presentes mergulhasse em seu mundo interior e revisasse suas ações, sua própria vida.

Com toda a certeza, Jesus é o Ser mais perturbador da humanidade, ninguém há que Lhe fique indiferente. Sua força é extraordinária, não importa se o vemos dessa ou daquela forma, visto que Ele é, indubitavelmente, o modelo e o guia da humanidade.

Como cristãos, esclareceu o arauto do evangelho, nossa maior alegria é trabalharmos pela nossa mudança para melhor, e o Espiritismo, que é uma doutrina de atos, nos convida ao trabalho no solo, ainda árido, de nossos corações, pois, como não podemos sozinhos mudar a sociedade, busquemos mudar a nós mesmos.

Necessitamos levar esta doutrina, bem como o Evangelho de Jesus, à humanidade, nesta hora de mudanças, quando caminhamos para um mundo de regeneração.

Vivemos dias de inteligência e tecnologia de ponta e de dificuldades, solidão e ansiedade. Mas então, proclamou o Semeador da Boa Nova, poderemos mudar-nos para melhor, começando por sorrirmos mais, sermos mais gentis.

“Estamos cansados de rudeza e sedentos de amor. Jesus espera por todos nós; o Evangelho é o mapa para sermos felizes” – afirmou, enfático, Divaldo Franco.

Ao encerrar a conferência, após exaustivos aplausos, os conferencistas ainda responderam as inúmeras indagações formuladas pelo público presente, encerrando a noite e o roteiro pela Espanha.

Uma vez tendo colocado as mãos no arado divino, Divaldo Franco, esse trabalhador infatigável do Cristo, nunca mais olhou para trás, prosseguindo na jubilosa tarefa de semear as luzes do Evangelho. Na história do Espiritismo, quiçá do Cristianismo, jamais a humanidade foi testemunha de um orador cristão desse jaez, que realizou mais de 23.000 conferências e seminários em mais de 3.200 cidades de 72 países dos cinco continentes, divulgando os conceitos espíritas, filosóficos, éticos, numa visão universalista, motivo pelo qual muitos, com inteira razão, costumam designá-lo como o “Paulo de Tarso” dos nossos dias.

 

Texto: Ênio Medeiros

Fotos: Jaqueline Medeiros


 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita