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por Vladimir Polízio

 
Mestre e aprendiz

 
A oração é o mais eficaz meio de nos ligarmos com o plano espiritual.

Mas, orar, não é reclamar, não é pedir. Os pedidos, quando houver, não são no sentido de alterar resultados, sejam estes quais forem, mas sim, na busca de ânimo, de pensamentos positivos, de coragem frente aos desafios naturais da vida. “A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe correspondeToda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma-se, gradativamente, em foco irradiante de energias da Divindade.

A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. Podemos orar por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos."

Através de Emmanuel, Chico Xavier recebeu a mensagem nos lembrando, quando fizermos nossas orações, que não podemos simplesmente pedir para receber a felicidade, mas buscar os meios que nos são oferecidos para essa conquista. 'Mestre e Aprendiz':

"E respondendo ao discípulo que lhe pedira ensinasse a orar, disse o Mestre generoso:

Quando rogares amor, não abandones o próximo ao frio da indiferença.

Quando suplicares o dom da fé viva, não relegues teu irmão à descrença ou à tortura mental.

Quando pedires luz, não condenes teu companheiro à perturbação nas trevas.

Quando solicitares a bênção da esperança, não espalhes o fel da desilusão.

Quando implorares socorro, não olvides a assistência que deves aos mais necessitados.

Quando rogares consolação, não veicules o desespero à margem do caminho.

Quando pedires perdão, desculpa os que te ofendem.

Quando suplicares justiça, em favor da própria segurança, não te descuides da harmonia de todos que precisas assegurar ao preço de tua renunciação e de tua humildade, a benefício dos que te cercam.

Se reclamares pela claridade da paz, não estendas a sombra da discórdia; se pedires compreensão, não critiques; se aguardares o concurso do Céu, não menosprezes a colaboração que o mundo te pede à boa vontade.

Assim como fizeres aos outros, assim será feito a ti mesmo.

Segundo plantares, colherás.

Não esqueças, assim, que a Vontade do Senhor é também a Lei Eterna e que tudo te responderá na vida, conforme os teus próprios apelos.

Vai, pois, e, orando, perdoa e ajuda sempre!...

Foi então que o aprendiz, reconhecendo que não basta simplesmente pedir para receber a felicidade, passou a construí-la através do serviço à felicidade dos outros, compreendendo, por fim, que somente pelo trabalho incessante no bem poderia orar em perfeita comunhão com a Bondade de Deus".
 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita